Saturday, December 16, 2006

oculto 1º parte!!!

E preciso saber para ousar.
E preciso ousar para querer.
E preciso querer para ter o imperio.
E para reinar e preciso calar-se.


RECOMENDACAO ESPECIAL AOS LEITORES DESTE LIVRO

Este trabalho, como já deve estar a par o caro leitor, fora traduzido dos antigos manuscritos de sao cipriano e atraves de suas paginas revelamos os segredos da feiticaria secular bem como os ensinamentos adquiridos.

lembramos porem que foi aquela reserva total aquele silencio mistico o fator do exito absoluto de sao cipriano.

por este motivo e que aconbselhamos aos caros leitores que guardem segredo absoluto sobre os trabalhos que forem executados para que os mesmos tenham o exito completo como todos já devem saber o segredo e a alma do negocio (este e um dos grandes proverbios que todo o feiticeiro deve guardar em sua mente).

aconsehlamos aos leitores deste livro que nao comentem o que fizerem atraves dele que nao o emprestem para que nao quebrem o que fora feito e almejado pois o grande feiticeiro nunca revela o que fez o trabalho executado deve estar sempre em segredo para que nao seja quebrado.

quando estiveres cobversando com alguma pessoa amiga e que quiseres ajuda-la diga somente o seguinte:”leia o antigo livro de sao cipriano, o gigante e verdadeiro capa de aco compilado por n. a. molina ali encontraras o que precisas”.

estas sao aspalavras restritas que podem ser ditas nada mais alem disto para que nao quebres a forca do que fizestes atraves do mesmo portanto guarde seu segredo e seras um grande feiticeiro.

advertencia especial

este livro extraido dos originais manuscritos desao cipriano nao deve ser ou mostrado a ninguem nem mesmo ao amigo mais intimo ou parente mais proximo. contudo nada impede que os aconselhge adquirir um exemplar do mesmo pois e este de uso pessoal.

ADVERTENCIA PARAOS QUE QUEREM LIDAR COM AS FORCAS OCULTAS SEM QUE ESTEJAM DEVIDAMENTE PREPARADOS

fausto alquimista famoso teve durante algum tempo um criado que desejava tornar-se um dia feiticeiro. concordouy fauto em dar-lhe a instrucao necessaria para aquele fim mas avisou que os estudosexigiam muita disciplina a maxima dedicacao e longo prazo. recomendou sobretudo que nao tentasse precipitar as coisas nem buscasse aprender uma licao sem ter de cor a anterior e finalmente que nao bulisse nos manuscritos que ele fauto mantinha no seu laboratorio. para evitar que o criado-aprendiz desobedecesse costumava o mestre manter bem fechada a 7 chaves a porta do seu local de trabalho.

um dia porem esqueceu-se fausto de trancar aquela porta ao sair. vendo isto aproveitou-se o aprendiz entrou na camara a quis fazer umas experiencias. parecia-lhe que já sabia o suficiente para obter bons resultados e assim abriu o livro das formulas magicas e se pos a ler algumas em voz alta. nao tardou muito que surgisse do chao das paredes e ate do telhado alguns diabinhos graciosos que se pusertam a dancar em seu redor.

muito alegre se sentiu aquele rapaz com isto porque acreditou que nao era so o patrao que podia evocar demonios ele tambem podia fazer outyro tanto cnforme veria quem ali entrasse naquele momento. virou pois algumas paginas do livro magico e recitou novas formulas em voz alta.

desta vez porem foi-lhe desastroso o resultado ouviu ruidos como de enormes correntes que se arrastavam assobios como se tivesse desencadeado uma tempestade sentiu cheiro forte de enxofre e logo apareceram diabos grandes que lhe puxavam as orelhas o nariz e as pernas que lhe davam bofetadassonoras ou violentos pontapes em todo o corpo.

em vao gritava por socorro e procurava defender-se das pancadas e ainda tentava descobrir que livro entre tantos ali haviam que contihnam as palavras adeuqadas a explusao daqueleds inimigos inesperados.

no meio de tanto sofrimento e medo abriu um dos livros do mestre e leu em voz alta a primeira frase que encontrou. foi pior ao contrario de desaparecerem aqueles demonios grandes e pequenos vieram ainda outros cada qual mais imundo e mais fetido os quais alem de lhe darem pancadas cobriram-no agora de toda casta de imundicie.

parecia-lhe que ia morrer asfixiado se antes nao morresse das pancadae que recebia.

abre-se de repente a porta e entra o doutor fausto. ao ver aquela cena tragicomica nao pode deixar de rir muito embora lhe parecesse que devia zangar-se pela desobediencia do aprendiz. este lhe implorava que o livrasse daquele verdadeiro inferno, onde tantos demonios o torturavam e batiam.

deixou fausto que aquilo continuasse por mais algum tempo a fim de castigar o rapaz e dizia-lhe o seguinte:

- aprende bem esta licao desgracado! nao tinhas o que fazer aqui dentro. e bem te avisei que nao quisesse avancar mais depressa do que devias. agora toma e que para outra vez te sirva de licao.

quando considerou que o rapaz tinha sofrido bastante foi ao livro certo leu com seguraca as palavras de exorcismo e em pouco tempo tudo aquilo desapareceu na camara so ficaram o patrao e o criado este quase sem vida. e ele nunca mais se meteu em outra.

serve este caso de exemplo aqueles que tentam lidar com aquilo que nao conhecem. quem desejar fazer alguma coisa bem feita deve preparar-se convenientemente, para que nao sofra as mas consequencias.

O ANTIGO E VERDADEIRO MANUSCRITO DESTE LIVRO FOI ENCONTRADO NA TORRE DO TOMBO

a primeira referencia que se faz a existencia do manuscrito deste livro esta num pergaminho da torre do tombo no qual se le o seguinte:

“e houve naquele burgo um homem de muito maus instintos e que parecia ter parte com o demonio e foi denunciado pelos seus vizinhos de mais perto como feiticeiro e bruxo e o santo oficio logo o prendeu. e tinha ele consigo um livro de feiticarias e magicas e outras coisas demoniacas o qual o livro era todo escrito sobre pergaminho. e o homem nao quis dizer onde havia escondido o manuscrito para que o santo oficio nao fosse buscar e queimar. e tao empernido estava aquele homem no seu engano que mesmo quando ameacado de morte pela fogueira se obstinou e nao confessou qual tinha sido o lugar em que o escondera. e foi consumido pelo fogo mas o manuscrito ficou em lugar nao sabido. e dizem que continha formulas magicas e encantamentos que vinham dos arabes dos assirios dos caldeus dos hebreus dos mouros e fenicios e embora estivesse vertido mais da metade em linguagem portuguesa tinha partes em letras runicas e outras em etras hebraicas e tambem nas letras do alfabeto grego e do arabe. e isto era para que os que o vissem nao soubessem o que estava escrito. e na primeira folha do livro a qual servia de capa estava o seu nome que era: O ANTIGO LIVRO DE SAO CIPRIANO O GIGANTE E VERDADEIRO CAPA DE ACO.

este documento e do seculo XIII e ate agora constitui a mais antiga referencia e do seculo XIII e ate agoa constitui a mais antiga referencia do mesmo nas terras portuguesas. documentos posteriores fazem todavia mencao de livros semelhantes encontrados em diversos lugares de portugal e italia. e num desses documentos já do seculo XIV há a seguinte narrativa de uma escavacoes que se fizeram numa aldeia situada ao sul daquela pais.

quando se cavava ochao para construir o alicerce de um templo eis que a pa de um dos homens foi de encontro a um objecto duro que parecia feito de ferro. e cavando ele em torno logrou sacar da terra um vaso que era todo de argila vidrada e estava tapado para que nao entrasse nele humidade e como homem o vaso e o levou ao bailio daquela regiao o qual bailio era homem de muito estudo e conhecimentos. e tendo ele aberto o vaso encontrou dentro um livro feito de pergaminho no qual estavam escritos varios conjuros esconjuros tinta preta com as letras iniciais de cada capitulo escritas com linguagem portuguesa e italiana havia tambem partes escritas em hebraico e arabico e outras em letras runicas. e viu vir a ter embaracos com o santo oficio pelo que disse ao homem que lhe trouxera o achado que ele podia voltar ao mesmo o vaso para que o homem visse e guardou consigo o manuscrito para depois o esconder. e assim fez mas nao se sabe se tirou proveito do manuscrito em o guardar como havia prometido.

e parece que este era o mesmo manuscrito o qual devia ser muito perseguido pelo mesmo santo oficio devido a sua forma magica e as partes que podem ser consideradas anti-cristas. com efeito o livro constitui verdadeira mistura de rezas cristas e conjuros de cunho pagao há pedidos feitos a deus e aos santos da igreja como há esconjuros e invocacoes as forcas do bem e do mal e e justamente com essas forcas que trabalham os magicos poois eles em geral nao recorrem a deus nem ao diabo e sim ao poder metafisico.

seja porem como for o manucristo nunca chegou a impresso de inicio porque nao havia sido inventada a imprensa e depois em vista de os manuscritos magicos nao poderem ser impressos dadas as suas caracteristicas extraordinarias. e era o manuscrito sempre copiado a mao como convem aos livros desse genero os quais se acreditava que se fossem compostos e impressos em letras de forma perderiam parte da forca que tinham naquela epoca.

“em casa de um mago (na suica) encontrei um destes livros dos fins do seculo XV (manuscritos magicos tradicionais); esse vi comecava com o salmo de merseburg escrito em alto alemao moderno e trazia logo em seguida uma formula de encantamento amoroso de epoca desconhecida.”

a pre-historia a antiguidade e a idade media nao estao mortas de todo como pensam alguns sujeitos sabidos continuam a existir em muitas camadas sociais. a mitologia mais antiga e a magia florescem como nunca em nosso meio quem nao sabe disso e porque se afastou da condicao primaria de homens graca a uma formacao racionalista. a par do simbolismo da igreja visivl em toda a parte o qual representa e repete sempre seis mil anos de historia do espirito vivem tambem apesar de toda a educacao academica seus parentes mais obscuros das teorias e as praticas magicas. sem duvida e preciso ter vivido muito tempo entre camponeses que nunca se manifesta na superficie mas a quem descobre o meio de alcanca-lo. encontrara nao so o curandeiro primitivo na figura dos numerosos magos mas tambem seus pactos de sangue com o demonio seus bonecos espetados com alfinetes e ainda seus manuscritos magicos tradicionais como de rigor. os magos tem consideravel clientela tanto nas cidades como no campo. e eu mesmo vi uma coleccao de centenas de cartas de agradecimentos que um feiticeiro havia recebido por ter expulsado espiritos que pertubavam os habitantes de casas e currais por haver livrado de feitico homens e bichos e por haver curado todas as enfermidades imaginaveis.

e aos leigos que nao sabem estas coisas e sejam por isso tentados a duvidar de quanto aqui descrevo lembrarei que o florescimento da astrologia nao se deu no obscurantismo de idade media mas sim a partir da segunda metade do seculo XV.

o titulo deste livro talvez esteja ligado ao boi apis do antigo egito. como se sabe os egipcios de antigamente adoravam diversos animais como deuses. o mais conhecido desses animais era talvez o apis boi sagrado que eles consideravam como a expressao mais completa da divindade sob a forma de animal e eu procedia simultaneamente de osiris. devia ter certos sinais ou manchas na fronte uma mancha branca em forma de crescente no dorso a figura dum abutre ou duma aguia e na lingua a imagem dum escaravelho. ao fim de certo tempo os sacerdotes afogavam o animal numa fonte consagrada ao sol e transformavam-jno depois de morto em mumia. este era entao venerado por todo aquele mistico e antigo povo o qual ate nossos dias e lembrado atraves de ruinas e piramides que estudamos ainda ate nossos dias.

como podem observar a magia o exorcismo o feitico os encantamentos a feiticaria de um mod9 generalizado nao fora criado agora em nosso tempo e sim desde o inicio deste planeta e se renovando e ampliado por cada geracao que vem passado e desta forma se ampliando e modernizando-se pelo tempo que vai correndo.

INTRODUCAO

toda e qualquer pessoa interessada pessoa interessada neste tipo de leitura que tiver em casa uma biblia podera ver que no livro do exodo já se falava em magia. com efeito no capitulo em que se conta a saida dos israelitas do egito mencionam-se os encantamento praticados pelos magos do farao. esta assim na biblia:

“e tomou arao a vara de moises e deitou-a em terra ante o farao e tornou-se cobra. chamou o farao uns encantadores e cada um deles lanbcou a sua varta em terra e tornaram-se cobras.”

“feriu arao a agua do rio e foi tornada em sangue e foi sangue em todaa terra do egipto nos rios e nas lagoas e em todos os vasos que tinham nas casas. e cavaram os egipcios pocos ao redor do rio e acharam sangue. e os encantadores do farao fizeram bem assim da agua sangue. estes magos eram dois e um havia de nome jones e o outro mambres.”

“e sairam tantas ras que cobriram a terra do egito. e os encantadores do farao fizeram outro tal.”

admitem portanto as religioes cristas nao apenas a catolica mas tambem a protestante e outrossim a judaica a o velho testamento onde esta o livro do exodo e aceito nao somente pelos cristaos mas tambem pelos judeus.

muitos dos magicos bruxos encantadores feiticeiros ou que outros nomes se lhes queira dar e que existem modernamente em todas as partes do mundo nao recorrem a forca de deus nem a do diabo mas sim acreditam nas forcas do bem e nas forcas do mal. nao e preciso recorrer a deus nem ao demonio para desencadear as forcas que existem por toda a parte do universo.

a adivinhacao e uma linguagem. seja qual for o seu dialecto particular – bola de cristal geomancia tracos do rosto nomes sagrados - , esta linguagem que e a dos arquetipos e dos simbolos oferece um modo de comunicacao excepcionalmente criativo com a condicao de permanecer aberto – ou seja sempre permeavel ao desconhecido ao imprevisto ao encantamento.
o irracional tem como o racional os seus gramaticos e os seus doutores que na sua necessidade de poder e de transformam a metafora visionaria em papelada de subprefeitura em opusculo militante ate mesmo em boletim de patronato. há um folclore iniciatico uma neurose do oculto como há uma supersticao cientista. fuga refugio compensacao a adivinhacao tem evidentemente os seus escamoteadores e as suas barracas de feira. a musica tambem tem os seus bailes populares: bach e mozart nem por isso sao menos reais. quem pode citar um único dominio em que o talento nao seja uma excepcao?
de facto a abordagem divinatoria e um perpetuo desafio a nossa tentacao de esclerose. o importante nao e tanto a massa de informacoes e de saber formal que propoe. e a porta entreaberta o salto para um algures concreto aqui e agora a adesao a outra coisa que as normas de pensamento logico nao podem circunscrever.
a ciencia afirma hoje que nao se pode separar o observador do fenomeno observado. o que significa ver o mundo c9omo uma gigantesca projeccao o jogo fantasmagorico de um eu essencial de uma realidade fundamental que transcede qualquer definicao.
qualquer forma de conhecimento seria entao um passeio melhor ou pior organizado ao interior desse eu «mais eu proprio do que eu» sendo as paisagens descobertas completamente diferentes de acordo com a naturezza do meu veiculo a minha velocidade de cruzeiro e os itinerarios escolhidos. o veiculo da dialectica marxista nao me conduzira provavelemente ao pais das fadas tal como a quiromancia nao me fornecera as chaves da economia mundial.
simplesmente todos os mundos coabitam e todos os veiculos nao deixam de se cruzar: cabe a cada um finalmente inventar a sua propria maquina de explorar o misterio.
as artes divinatorias sao prototipos de um manejamento por vezes desconcertante mas o seu campo de exploracao e profundo como o sono e belo como o sonho.

A SENDA, O MUNDO E O AMOR…

genaro passeia-se nas sendas do seu amor e onde se encontra esta satisfeito[…] esta terra este mundo nao há amor maior para um guerreiro.

porque nas primeiras linhas de um livro sobre a magia esta frase extraida de historias do poder de carlos gastaneda?
sem duvida por causa da senda do mundo e do amor…
porque as sendas de que aqui se fala perdem-se no horizonte de um mundo aberto ate ao infinito. inumeraveis. o amor esse pode ler-se no olhar lancado sobre esses caminhos. visiveis oua descobrir. virgens ou já percorridos. que importa alias o movimento ou a imobilidade. nem sequer há que escolher. a paisagem estende-se abre-se afirma-se esfuma-se dissolve-se renasce sob uma outra luz um outro ceu… cada instante da viagem e um ponto de nao regresso.
vive-se
com subindo por vezes do fundo de nos a pequena frase de kierkegaard. obcecante.«onde estou? como cheguei aqui? que coisa e esta a que chamam mundo? e se sou forcado a desempenhar nele um papel onde esta o encenador? quero ver o encenador? quero ver o encenador?»
e procuro por vezes desesperadamente a estrada que me levara ate ele. porque o quero ver. enquadra-lo sob o projector do meu proprio teatro. quero que nao me escape. que deixe de se esquivar. que esteja ali. presente. atento para responder as minhas perguntas. a satisfazer replicas. quero poder gritar o meu desacordo se considerar a peca insipida ou francamente grotesca. sinto mesmo por vezes um desejo furioso de ocupar o seu lugar. afinal…
curiosamente quase nunca faco a mim proprio a pergunta de saber se nao sou precisamente em parte o encenador o arquitecto o maquinista o guarda-roupa o electricista e o ponto. e se a fizesse? verdadeiramente? magia em tudo isto? que e?
um «certo olhar» sobre o que vive que e? se e realmente isso entao já nao nao esta ausente do caminho do amor e do mundo como nao esta das «historias» que se vao seguir.
historias? antes indicacoes sobre o nosso caminho de todos os dias.

MAGIA QUOTIDIANA

os actos da nossa vida quotidiana sao pontuados de elementos magicos. o desejo de bom dia de boa noite de bom ano tudo o que se deseja exprimir quer de «benefico» quer de «malefico» (injurias insultos expressoes como «vai para o diabo!» etc) participa de uma muito velha magia do verbo. e uma magia do quotidiano por meio da qual se espera ou pelo menos atraves da qual se deseja consciente ou inconscientemente ter dominio sobre o acontecimento influenciar o seu curso… trata-se menos aqui alias de magia que de atitude magica.
esta vontade de dominar em parte «o que vai acontecer» remonta aos primeiros tempos. podemos ver as provas do nascimento da atitude magica nas paredes das grutas da pre-historia quer seja em lascaux na dordonhaou em altamira em espanha. estas pinturas rupestres datam de há cerca de quinze mil anos o animal pintado directamente na rocha participa no ritual da caca. bisontes ou cabritos-monteses atravessados por flechas respondem pela sua figuracao simbolica a uma necessidade vital e preciso que a realidade seja a imagem das proximas cacadas deve morrer como aquele que se mata na rocha. e este todo o sentyido do rito magico. o «pintor» de lascaux nao tem de modo algum a intencao de fazer uma obra de arte mas de exprimir o seu desejo com o maximo de eficacia. esta e a atitude magica elementar. querendo-se eficaz accao o que sobressai perfeitamente de todas as definicoes que dela sao dadas.
esta accao implica evidentemente um conhecimento perfeito das leis da natureza e um ritual extremamente preciso.
para louis chochod «a operacao magica reveste-se na sua realizacao de todo o rigor da experiencia de laboratorio[…] a cerimonia religiosa – e neste momento pensamos tanto em determinados ritos catolicos como nos caktipuja da india – e antes de tudo uma veneracao uma oracao uma accao de gracas cuja realizacao material so tem o valor simbolico. quanto a realizacao do resultado visado quando se trata de uma imploracao continua a ser constantemente problematica e subordinada a vontade divina. no oficiante religioso como nos fieis que o rodeiam há quanto ao resultado esperanca. no operador magico há certeza».
isto so em part e verdade e e necessario moderar um pouco esta afirmacao o que julien tondriau faz com um pouco de humor:«uma tradicao prudente impede a magia de alguma vez se enganar: se a accao magica e ineficaz foi porque interveio uma contrabmagia hostil. o mais maligno triunfa assim sobre o mais forte e o autentico poder aquele que leva a realeza esta nas maos do grande feiticeiro se souber emprega-lo…»
magia e religiao… religiao e magia… qual precedeu a outra? dificil alias tracar uma fronteira perfeitamente intransponivel entre as duas.
citaremos simplesmente esta invocacao ritual de um feiticeiro do gabao simultaneamente oracao e invocacao magica:

o tu que comandas com forca tu o espirito da energia viril tu podes tudo e sem ti eu nada posso eu que me consagrei a ti eu que me dediquei a ti o espirito de ti tenho a minha forca o meu poder deste-me o dom espirito da forca e ati que chamo!
deves obedecer dei-te o que pedias o espirito o sacrificio foi oferecido na floresta espirito sou teu es meu vem…

texto apaixonante na medida em que e uma especie de sintese religiosa e magica e onde a nocao de «sacrificio» esta muito claramente explicitada.
o mago-feiticeiro – veremos mais adiante as diferencas que existem entre estes dois termos – comeca por invocar o espirito como parauma oracao. «es tu que comandas com a forca» «eu consagrei-me a ti» esta ligado a ideia de uma troca le-seno dicionario dos simbolos realizada tanto no dominio da energia criadora como no da energia espiritual. quanto mais precioso for o «objecto em troca sejam quais forem os seus fins purificadores ou propiciatorios […] assim atraves do sacrificiop o feiticeiro esta «quite» em relacao ao espirito. competeagora a este dar o que e devido ao sacrificador. compete-lhe obedecer dado que recebeu o que pedia. deve para uma accao determinada dar a sua forca ao feiticeiro em troca do sacrificio que recebeu.
certas formas de oracoes nao escapam a este «jogo» da oferta e da procura quando se trata depois de ter honrado a divindade de lhe pedir como justa compensacao a sua proteccao a sua bondade ou simplesmente a sua intervencao. existe tambem uma magia pela oracao a qual voltaremos.

a idade de ouro da magia situa-se cerca de 3000 a. C. na caldeia em primeiro lugar no egipto em seguida. a caldeia estendia-se da confluencia do tigre e do eufrates ate aos confins na actual arabia. a sua civilizacao e uma das mais ricas da historia.
astronomos e matematicosa os caldeus que «divinizaram os astros» estudam os planetas calculam os eclipses estabelecem a divisao do tempo (meses dias horas minutos) determinam os signos do zodiaco e colocam as bases da astrologia. e alias interessante notar que a ciencia dos caldeus engloba o conjunto do seu saber sem distincao hierarquica de valores. matematicas astrologia astronomia filosofia todos estes conhecimentos estao consignados em escrita cuneiforme em tabuinhas de terracota… o apogeu desta extraordinaria civilizacao situar-se-a cerca do ano 2000 a. C. sob o reinado de hamurabi. durara ate cerca de 500 a. C. data da queda da babilonia.
«se nao possuimos nenhum tratado autentico sobre magia caldeia e babilonica» escreve louis chochod «possuimos todavia elementos de informacao bastante numerosos e sobretudo bastante seguros para fazermos uma ideia completa do que foi a magia […] durante uma epoca compreendia entre o reinado de hamurabi e a queda de babilonia.»
de facto estes «elementos» tem importancia. esta mais ou menos estabelecido que a magia dos caldeus irma gemea da sua filosofia vai buscar a sua origem nao so a crenca de que as forcas cosmicas sdao divindades mas igualmente a certeza de que tudo o que e animal vegetal mineral possui uma alma.
a arte do magico vai consistir em entrar em ressonancia harmoniosa com essa alma a fim de que ela nao exerca contra si ou contra aqueles ou aquele que protege qualquer poder negativo. se se verifica que a influencia e nefasta apesar de tudo o magico tornar-se-a exorcista a fim de combater o mal. utilizara tanto num caso como no outro um ritual complexo no qual entram os elementos essenciais que se encontram na maior parte das liturgias magicas: a palavra o gesto a musica (cantos dancas etc) e certos «apoios» materiais (fumo alimentos etc).
a magia caldeia que parece nascer no ponto de encontro de todas as ciencias e portanto altamente licita: sacerdotes e sacerdotisas sao nao apenas os intercessores entre as divindades e os homens mas podem tambem tornar-se nos «receptaculos» destas divindades: seres em quem encarnam por ocasiao deste ou daquele rito. e o caso por exemplo em relacao aos ritos de hierogamia durante os quais os sacerdote e a sacerdotisa em quem a divindade desceu para este acto preciso realizam a sua uniao carnal perante os fieis.
paralelamnete a magia oficial «nobre e voltada para o bem» já existe na civilizacao caldeia uma magia degenerada uma feiticaria cujo objectivo consiste em servir-se da alma e das forcas da natureza para fins de poder e de violencia.
neste caso escreve louis chochod «a sua utilizacao desce para a categoria dos crimes os textos que nos chegaram afirmar-nos isso. afirmam ainda que se criticava aos feiticeiros exactamente as mesmas coisas que na europa na idade media feiticos sortilegios lancados sobre os animais esterilizacao do leito conjugal etc. e mesmo a incitacao a impiedade incitacao tornada coerciva por ingestao de filtros ou substancias malditas…»

A MAGIA EGIPCIA

«a magia confiou-me o antigo e um combate. os deuses devem ceder sob o teu pensamneto. as deusas devem apaixonar-se por ti. senao serao outros tantos inimigos implacaveis…»

no antigo egipto a magia esta tao presente como na babilonia. trata-se igualmente de uma magia oficial: «e de uma alta magia de estado coerente pensada admiravelemente surpreendente e serena que procede a visao egipcia do mundo.»

no antigo egipto a magia esta tao presente como na babilonia. trata-se igualmente de uma magia oficial: «e de uma alta magia de estado coerente pensada admiravelemente surpreendente e serena que procede a visao egipcia do mundo.»
magia do estado ou seja magia real. o farao e o magico supremo dado que e o mediador entre o deus e o seu povo. ora a propria magia e para o egipcio a heranca de deus.
«para o egipcio antigo» escreve christian jacj «tudo vive. pensar que qualquer coisa e inanimada prova que o nosso olhar nao se abriu correctamente sobre a realidade. o homem como qualquer outra parcela viva e a resultante de um jogo de forcas. suporta-las-a passivamente ou pendera da resposta a estas perguntas.»
aqui a atitude magica sera justamente compreender e participar no jogo das forcas o que significa dizer que se mergulha no segredo da divindade dado que ela e fonte de qualquer magia. o magico devera vencer a morte auxiliando a que a passagem da vida ao universo do «outro mundo» decorra o mais harmoniosamente possivel. a mumificacao toma todo o seu sentido como acto magico: o ritual que impoe os diferentes objectos magicos dispostos sobre ou em redor da mumia tem por fim apenas facilitar a passagem entre os dois mundos do ante e do pos-morte. perante os deuses dominando os elementos o magico participa na vida do mundo e o adepto que sofreu as provacoes que conduzem ao conhecimento para se tornar iniciado tem poder sobre tudo o que possui um nome ou seja sobre tudo o que e porque para o egipcio tudo o que recebeu um nome e vivo.
o verdadeiro magico tem tambem poder sobre a propria morte como lembra este texto do livro dos mortos: «aquele que conhece o livro de magia esse pode sair a luz do dia e passear-se na terra entre os homens. nunca morrera.» instrumentos magicos amuletos talismas feiticos curas sao os meios e o apanagio do magico egipcio. veremos na segunda parte desta obra o que respeita mais especialmente a instrumentacao e ao ritual magicos. mas gostariamos de relatar aqui algumas lendas respeitantes a pratica magica no antigo egipto. sao tanto mais apaixonantes quanto revelam quase sempre as encruzilhadas possiveis da magia tal como as evocavamos nas primeiras paginas deste livro: magia de ter ou magia de ser? poder? potencia? mas poder sobre quem? e porque?

satni era magico. dizia-se mesmo dele que nao tinha igual em todo o egipto e que era de longe o melhor de todos os mais famosos magicos.
satni lera todos os livros sagrados. conhecia todas as virtudes dos amuletos e dos talismas. um dia contudo satni teve um sonho estranho no qual um velho homem ousava interpela-lo e punha em duvida a extensao dos seus poderes.
-nao satni nao conheces tudo! eu conheco um livro escrito pelo proprio deus thot e posso conduzir-te ao sitio onde esta escondido. neste livro estao contidas duas formulas magicas. se recitares a primeira encantaras o ceu e a terra as montanhas e os rios. encantaras o ceu e a terra as montanhas e os rios. encantaras tambem os infernos. conheceras a linguagem dos passaros e das serpentes. os peixes virao a superficie da agua para te ver.
»se recitares a segunda formula estando no tumulo entao retomaras a tua primeira forma e veras o sol e a lua nascer e toda a serie dos deuses.
-onde esta o livro? – perguntou satni.
-no tumulo de um magico – respondeu o anciao.
-conduz-me a esse lugar – ordenou satni.
e desceu ao tumulo onde estavam as almas de neferkapta o magico e tambem as de sua mulher e seu filho. o tumulo era luminoso como se fosse banhado pelos raios do sol porque a luz emanava do livro das duas formulas.
entao as almas de neferkapta de sua mulher e de seu filho suplicaram a satni que nao tocasse no livro sagrado. e neferkapta de sua mulher e de seu filho suplicaram a satni que nao tocasse no livro sagrado. e nefekarpta contou:
-tal como tu persegui o livro das suas formulas. encontrei-o no fundo do rio fechado dentro um cofre de ferro. o cofre de ferro estava dentro de um cofre de bronze. o cofre de bronze estava dentro de um cofre de marfim. o cofre de marfim dentro de um cofre de ebano o cofre de ebano dentro de um cofre de um cofre de prata o cofre de prata dentro de um cofre de ouro. e dentro deste estava o livro defendido por uma serpente sagrada… tres vezes matei a serpente sagrada… tres vezes matei a serpente sagrada. depois agarrei o livro e quis recitar as formulas. mas o deus thot nao aceitou isso. pediu ao deus sol que interviesse e o deus sol afogou a minha mulher e o meu filho e eu afoguei-me a mim mesmo com o livro.
contudo satni nao quis acreditar na historia de neferkapta. jogou com ele o livro xadrez. perdeu. mas apoderou-se apesar de tudo do objecto magico. entao a vinganca de thot caiu sobre ele. satni apaixonou-se perdidamente por uma estrangeira e por causa dela matou os seus proprios filhos…
mas tudo isto nao passava de um sonho e desperto do pesadelo satni compreendeu que era a alma de neferkapta que o chamava em seu auxilio. entao dirigiu-se ao local do tumulo e fez repousar em paz os restyos da mulher e da crianca do magico. e nunca mais ninguem tocopu no livro sagrado.

o tema do magico «punido» por ter transgredido a lei ao querer ter acesso ao poder dos deuses esta magnificamente ilustrado por esta lenda de satni.
um outro conto refere-se aos poderes magicos mas a arte do magico so serve neste caso uma vinganca horrivel.

um magico ao aperceber-se de que fora enghanado pela esposa modelou um crocodilo de cera e pronunciou sobre ele uma formula ritual. depois pediu aos da casa que lancassem o animal ao rio para o caso de o amante da sua mulher ir ai banhar-se. foi o que fizeram. assim que o amante mergulhou na agua o crocodilo animou-se aumentou ate ficar com o tamanho de um verdadeiro saurio e levou o desgracado nadador ate ao fundo do rio. informado desta aventura o farao que era um amigo do magico deu o seguinte julgamento: o «crocodilo» devia ficar com a sua presa. a mulher essa devia ser queimada viva e as suas cinzas dispersas no nilo…
um outro conto diz que o rei nectanebus fez um dia apelo a um magico para vencer os seus inimigos. o magico mandou modelar uma frota em miniatura e depois sobre um minusculo plano de agua organizou um simulacro de combate. entao a frota do rei nectanebus afundou os verdadeiros navios dos marinheiros inimigos.

A MAGIA NO MUNDO GREGO E ROMANO

o mundo da mitologia grega faz evidentemente apelo a magia. curiosamente nao existe mago propriamente dito nas narrativas homericas a excepcao talvez de deucaliao o filho de prometeu. tendo zeus querido punir os homens e aniquila-los pelo diluvio so deucaliao e sua esposa pirra conseguem salvar-se numa barca aconbselhados por prometeu. quando as aguas os retiveram deucaliao e pirra sao chamadosa repovoar a terra. para isso percorrem os territorios desertos apanham as pedras e atiram-nas por cima dos ombros… as que sao assim lancadas por pirra em mulheres.
«e esta a lenda» escreve louis chochod «e nao lhe falta salvador magico.» e verdade!
mas a magia esta sobretudo presente nas narrativas homericas sob os tracos de duas extraordinarias e soberbas magicas: circe e medeia.
circe tem o habito infeliz de transformar em animais todos os homens que passam ao seu alcance. quando os vinte e dois companheiros de ulisses desembarcam na ilha de aea reino de circe esta convida-os e oferece-lhes uma iguaria feita por si antes de lhes tocar com a varinha magica que os transforma em infelizes porcos chorando a sua antiga condicao de homens livres.
ulisses tera de recorrer ao auxilio do proprio hermes para salvar os seus guerreiros. o deus conhece com efeito uma planta magica capaz de anular o poder de circe. ulisses vencedor gracas ao deus da magica podera ordenar-lhe que devolva a forma humana aos companheiros.
quanto a medeia os seus poderes sao ainda mais extraordinarios. «nada lhe e impossivel. pode deter o curso das estrelas e mesmo o da lua.» ajudara jasao a tornar-se invulneravel no seu combate contra os touros e os homens dragoes. adormecera pela magia do seu canto a serpente guardia do tosao de ouro. devolvera a juventude a jasao e finalmente fara morrer glauco sua rival oferecendo-lhe um vestido de fogo.
isto no que respeita a lenda. quanto ao resto a religiao e a magia parecem indissociaveis na civilizacao grega. a crenca na virtude de determinadas formulas magicas de certos encantamentos e praticamente geral. e a única maneira de se defender contra os feiticos de lutar contra a doenca de desviar de si as influencias maleficas… uma magia classica poderia dizer-se…
existem contudo outros ritos e outras praticas que nao deixaram de fazer sonhar os historiadores. em eleusis uma pequena cidade proxima de atenas os fieis votam um culto particular a demeter filha de cronos e de rea a deusa do trigo e a dioniso o deus do vinho. conhecem-se bastantye mal os ritos e a liturgia destas cerimonias a que chamaram os «misterios de eleusis». pensa-se que tinham por objectivo a iniciacao dos fieis e que rituais magicos extremamente complexos ligavam a divindade os iniciados.
apesardestas zonas de sombra a historia reteve o nome de um dos ultimos grandes magos da grecia: apolonio de tiana.
quem e apolonio? um mago? um magico? sem duvida um grande medium cuja vida filostrato narrou uma centena de anos depois da sua morte no seculo da nossa era. e uma figura simultanemanente mitica e bem real como sublinha colin wilson em o oculto: «a exemplo de pitagoras» escreve «apolonio passa uma grande parte da discursos e um compostos de ideias pitagoricas e de ciencias magicas.»
a sua biografia onde se misturam realidade e ficcao revela um ser bastante estranho com poderes determinados cuja personalidade sera controversa ainda com ele vivo e que conhecera mesmo algumas disputas com as autoridades romanas. profeta curandeiro tal como filosofo apolonio oferecera a posteridade a imagem de uma «especie de anticristo». de facto os inimigos do cristianismo tentarao algumas centenas de anos depois da sua morte fazer dele um «rival de jesus».
mais uma vez magia e religiao confrontam-se defrontam-se aventuram-se em territorios onde a linha divisoria entre elas ora e evidente ora mais tenue.

ROMA

e o caso em roma onde «a arte divinatoria» a base de ritos magicos vai desempenhar um papel consideravel e fazer parte integrante da religiao.
as influencias sao gregas e orientais. roma possui uma «arte certa de observar os fenomenos e deles tirar os ensinamentos e interpretacoes» e dai a importancia que tomam praticas como a hidromancia: a agua «toda penetrada da luz da adivinhacao» a agua-espelho pode transmitir ao mago que sabe interrogar a sua superficie ou os seus sinais uma resposta para as suas interrogacoes.
«pode consultar-se» mergulhando nela um objecto branco e liso sobre o qual o demonio guardiao da fonte escreve a sua resposta para a pergunta feita.
»podem tambem lancar-se tres pequenas pedras numa agua dormente e observar os ciruclos que o choque destas pedras faz nascer a superficie desta agua. os ornatos formados pelas suas interferencias fornecem pontos de partida ao subcvonsciente.
»finalmente olhando simplesmente para a agua tranquila e pura de uma fonte um sujeito excepcionalmente dotado acaba por se aperceber das imagens.»
o poder romano tem os seus magos-funcionarios: os augures encarregados de tirar ensinamentos e de prever o futuro a partir da observacao do raio do voo dos passaros ou do apetite dos frangos sagrados. se estes ultimos se lancam sobre os graos que se lhes apresentam e bom sinal. se parecem mostrar repugnancia mais vale renunciar a iniciar o seu projecto… cerca do fim do imperio os adivinhos serao cada vez menos levados a serio como a prova esta reaccao de apio claudio que encolerizado pelos maus pressagios anunciados pelos seus frangos sagrados que se recusam firmemente a engolir qualquer alimento os manda lancar a agua declarando:«dado que nao querem comer pois bem que bebam.»
se os augures tem praticamente um cargo oficial os aruspices em contrapartida entregam-se ao exercicio ilegal da adivinhacao. para eles o futuro le-se nas entranhas dos animais sacrificados . pouco a pouco determinados perfeccionistas consideram que as entranhas humanas sao talvez mais eloquentes do que as dos frangos e fundam uma categoria de adivinhos os necromantes especializados no estudo das visceras humanas. sao ajudados por magicos que vao «a noite desenterrar os mortos para deles incorporaram qualquer coisa nos seus filtros talismas e outros instrumentos magicos».
a autoridade romana reage contra os necromantes e o senado institui a lei das doze tabuas que condena o conjunto das operacoes de magia. tiberio banira mesmo de roma os cidadaos suspeitos de se entregarem a estas praticas interditas.
com o advento do critianismo e a conversao de constantino no seculo III d. C. a magia vai conhecer ataques muito mais violentos.

MAGIA E TEMPOS MODEROS

o suplicio da fogueira por actos de feiticaria so sera suprimido cerca de meados do seculo XVII cem anos depois do processo de urbain grandier e dos «possessos» do convento de loudun. cinquenta anos depois do caso dos venenos.
a historia ou antes os historiadores – e isto nunca e inocente - , pintam-nos um quadro do seculo XVIII bastante afastado das cores da magia. os «racionalistas» la estao para zelar pelos seus interesses e para mandar para os seus queridos estudos os leitores de formularios. nesse ponto pelo menos a igreja tem os filosofos esclarecidos do seu lado… e esquecer como escreve tondriau que e a mesma epoca em que a «franco-maconaria ressuscita no segredo dos ritos magicos [em que] o grande alberto e um livro que faz furor [em que] paris abunda em sociedades secretas. a magia passa a ser mundana nos palacios dos grandes senhores».
e certo que a ciencia acaba de dar um salto extraordinario newton em certa medida vingou galileu. a ruptura parece consumada entre o ocultista e o sabio. «todavia» sublinha wilson o progresso da ciencia nao era de modo algum um golpe desferido ao ocultismo. pelo contrario era preciso ver ai uma possibilidade para o ocultismo de se libertar da pseudociencia[…] e se concentrar nos seus verdadeiros objectivos.» homens tao diferentes como swedenborg mesmer cagliostro saint- martin no seculo XVIII eliphas levi no seculo XIX representam bastante bem este ocultismo ainda que seja bastante paradoxal falar aqui de «verdadeiros objectivos»! nao se podem evidentemente definir e tracar «verdadeiros objectivos» a uma maneira de ser ou de perceber o mundo.
que objectivos pode ter swedenborg a nao ser transmitir o universo que o habita e exercer a sua mediunidade? para mesmer ou cagliostro e diferente. a historia so fixou muitas vezes os acontecimentos – reais! – das suas vidas movimentadas esquecendo todavia uma parte deles proprios nao desprezivel. nao se trata aqui de fazer a apologia desses homens bastante ambiguos mas de tentar estabelecer na corrente daquilo a que se chama geralmente «o ocultismo» dos seculos XVIII e XIX linhas de forca que nos ligam a magia dado que e esse o proposito desta obra.
ora vemos que as praticas magicas tradicionais que se apoiavam mais ate aqui num ritual concreto numa manipulacao – poderia falar-se de magia «operativa» - ficam com o seculo XVIII mais ligadas aos fenomenos psiquicos: visoes premonicoes nascimento do espiritismo – a que chamara pneumatologia – com swedenborg descoberta a utilizacao do magnetismo com mesmer. a magia utiliza subitamente outros meios apenas porque estes meios correspondem melhor a epoca durante a qual o magico opera.
passa-se o mesmo com o espiritismo de que voltaremos a falar e que sem ser propriamente uma pratica magica tem apesar disso um lugar extremamente importante no conjunto das artes divinatorias. um lugar que o aproxima mais da magia que das outras artes se e verdade alias ser necessario estabelecer uma fronteira entre disciplinas ou antes abordagens do mundo que finalemente nao tem nenhuma.

SWEDENBORG

nascido em estocolmo em 1688 emmanuel swedenborg e uma personagem extraordinaria por varias razoes. matematico fisico inventor e assessor no colegio das minas de estocolmo e publica aos 30 anos uma sumula cientifica na qual «aplica os seus raciocinios cientificos a ideia de analogia entre o microcosmo e o macrocosmo». em 1745 interrompe bruscamente os seus trabalhos cientificos: há um ano que se sucedem sonhos premonitorios e simbolicos. consigna-os num diario e depois lanca-se no estudo das escrituras. tem visoes sob auto-hipnose – o termo ainda nao existe – e viaja ate ao «outro mundo».
«as visoes de swedenborg estao subordinadas a utilizacao de um metodo exacto […]. segundo a sua teoria dos influxos o homem pode gozar de uma consciencia alargada. o influxo que provem do mundo espiritual e a luz de cada homem natural este influxo assegura a coerencia faz a unidade entre todos os elementos do real mas a nocao de «correspondencia» nao e um simples paralelismo que se manifestaria entre diferentes planos causas e efeitos pertencem a uma mesma ordem todas as coisas manifestadas no espaco e no tempo sao o simbolo de situacoes espirituais que sao a sua causa de modo que o mundo visivel nao passa da representacao do mundo espiritual…»
para jung as visoes de emmanuel swedenborg tal como alias as experiencias espiritas sao manifestacoes de arquetipos um mergulho no imenso territorio do inconsciente colectivo.
resta que swedenborg marcara nao apenas o seu tempo mas os decenios que se vao seguir: «nenhum mistico teve sobre a literatura francesa do seculo passado uma influencia tao decisiva tao duradoura como o sueco swedenborg» escreveu paul arnold. de facto baudelaire nerval mas sobretudo balzac em seraphia serao marcados pela filosofia de swedenborg na medida em que ela traca o caminho da «mutacao do ser humano para anjo…»
swedenborg foi um mediun e um vidente excepcional. os testemunhos que se recolheram respeitantes as suas videncias sao numerosos. um dos mais estranhos foi contado por um dos seus contemporaneos o conde hopken:
«swedenborg assistia um dia a uma reuniao na corte. a rainha fez-lhe diferentes perguntas sobre a outra vida e depois perguntou-lhe se tinha visto la em baixo o seu irmao o principe real da prussia. respondeu que nao. sua majestade pediu-lhe entao que soubesse noticias dele e que lhe dissesse muitas coisas da sua parte o que swedenborg prometeu fazer. duvido que a rainha tivesse falado seriamente. mas na recepcao seguinte swedenborg aproximou-se ousadamente da soberana que estava rodeada pelas suas damas de honor e nao apenas lhe trouxe as saudacoes do irmao como lhe deu conta igualmente das suas desculpas por nao ter respondido a sua ultima carta resposta que ele swedenborg estava encarregado de lhe transmitir agora com algum atraso. o conteudo dessa resposta fez a rainha ficar estupefacta e declarar: ‘so deus conhece esse segredo.’»
o facto de a psicanalise ter analisado a personalidade de swedenborg como resultante de um recalcamento sexual nada muda. esta teoria pelo menos reducionista nao explica finalemente grande coisa ou entao qualquer neurose deste tipo deveria conduzir a videncia e a elaboracao de um sistema filosofico!

MESMER

medico alemao nascido em 1733 mesmer ensinava que um «fluido universalmente difundido e servindo de veiculo as influencias que recebemos dos astros se insinua na substancia dos nervos e comunica ao corpo propriedades analogas as do iman».
segundo a teoria de frederic antoine mesmer era possivel captar e servir-se do magnetismo que emana do corpo para curar um certo numero de afeccoes e nomeadamente as doencas nervosas. fez as suas primeira experiencias em viena depois em paris 9nde tratava os pacientes em redor da famosa «selha» cheia de limalha de ferro.
acusado de charlantanismo pelas faculdades de medicina de viena de paris e de londres mesmer bate-se instroi alguns dos seus amigos que se tornarao «magnetizadores» de renome como o marques de puysegur que «descobrira» o sono «espasmodico» chamado um pouco mais tarde hipnotismo. depois de ter conhecido uma imensa celebridade gracas a curas espantosas mesmer abandona a franca algum tempo depois da revolucao e regressa a austria onde morrera em 1815.
«para ser um taumaturgo no sentido moderno da palavra» escreveu pauline bordy «e preciso ter feito de si mesmo um autentico iman e para ser iman e precisoamar no plano espiritual. e preciso saber dissociar em si o consciente e o inconsciente imaginar justamente e manejar com amor em todos os planos a forca misteriosa.»
«nao se pode exprimir melhor todo o lado magico do magnetismo curativo» disse m. c. poinsot comentando sido «nem um ignorante nem um imbecil nem intrujao racter cientifico a fenoimenos desprezados há muito tempo pelo ensino oficial da epoca[…] estes fenomenos constituem no seu conjunto aquilo a que mesmer chamava o magnetismo animal. a magia conhecia-os e fazia-os servir as suas praticas desde sempre.»
de facto mesmer tinha compreendido perfeitamente que as «emocoes tinham um poder patogenico e tambem terapeutico e que a personagem e a pessoa do magnetizador podiam ser agentes activos da cura…»
o seculo XVIII conhecera outros ocultistas aventureiros ou nao cuja magia revestira como escreveu louis chochod«a aparencia filantropica que caracteriza aquilo a que se poderia chamar o ocultismo politico da revolucao de 1789. a maior parte destes magos estara alias muito ligada a franco-maconaria. o mais celebre entre eles sera cagliostro de quem se sabe que esteve metido de perto com o caso do colar e morrera em italia nos carceres da inquisicao depois de ter «profetizado» a revolucao.

O SECULO XIX

o seculo XIX inicia-se com louis-claude de saint-martin o «filosofo desconhecido». proximo do pensamento de swedenborg saint-martin atribui ao homem poderes importantes na marcha do mundo: «a funcao do homem difere da dos outros seres fisicos pelo facto de ser capaz de reparar as desordens do universo.» para ele esta nocao de «reparacao» das desordens toma toda a sua dimensao com o messianismo cristico. a «queda» do homem pode ser seguida de uma regenaracao capaz de assegurar a salvacao da humanidade. mas so o homem e no seio da «ecnomia divina» senhor do seu destino e sao os valores divinos que estao dentro dentro dele que lhe permitirao reencontrar o seu estado anterior a queda.
«o que fascinava saint-martin» escreve colin wilson «era que o homem continuava a possuir por claroes as suas antigas faculdades divinatorias. como se um poder adormecido nele despertasse de repente em determinadas circunstancias como se o ser humano possuisse inumeraveis vestigios das faculdades detidas pelo agente que o criou.»
com saint-martin deixa-se a magia dos saloes do seculo XVII e a ambiguidade dos grandes magos semiaventureiros semiocultistas procurando nas correntes de uma europa vitima dos primeiros abalos assentar um poder que os fascina.
aqui o que domina e muito menos a corrida a fortuna que pode caracterizar cagliostyros ou saint-germains ate mesmo mesmers que um regresso as fontes da atitude magica por excelencia: a percepcao pelo homem da sua relacao com o universo a sua vontade de descobrir o outro lado do espelho a fim de reencontrar o caminho perdido que conduz as estrelas. «a alma so deixa o corpo no instante da morte» escreve saint-martin. «mas no decorrer da vida as faculdades humanas podem estender-se para alem do involucro fisico e comunicar com os seus correspondentes exteriores sem deixarem de estar ligadas ao seu centro.»
a influencia de saint-martin sera consideravel:«pode dizer-se que teve uma influencia capital sobre uma revolucao importante: a do romantismo. o romantismo um novo estado de espirito lancado por goethe shiller hoffman wordsworth shelley berlioz foi em certa medida a expressao artistica do misticismo de claude de saint-martin.»
um romantismo que vai buscar os seus temas e a sua inspiracao aos instantes de extase e as reminiscencias desses instantes…
e neste periodo de gestacao do romantismo sete anos depois da morte de saint-martin que nasce em 1810 alphonse-louis constant.
filho de um sapateiro parisiense o jovem alphonse-louis e depressa notado pelo cura da sua paroquia. a conselho deste o rapaz que da provas de uma inteligencia muito superior a media e mandado para saint sulpice. apos estudos de teologia e ordenado diacono mas muito em breve sera «suspenso» por ter defendido ideias contrarias a doutrina da igreja. alphonse-louis toma o nome de na literatura na pintura depois apaixona-se pelo estudo da magia. em 1854 em londres evoca o espirito de apolonio de tiana interessa-se pela cabala e pelo movimento rosa-cruz.
e em 1856 que publica dogmas e ritual de alta magia depois edita durante dois anos a revista filosofica e religiosa na qual colaboram michelet e littre.
em pleno seculo XIX cientista e racionalista eliphas levi curiosamnete devolve uma certa audiencia a magia mesmo que devamos considera-lo muito mais um «romantico mergulhado na magia que um mago romantico».
com ele a magia sofre uma transformacao «completa», escreve wilson. «fora uma ciencia com paracelso um instrumento para a rgenaracao da humanidade com cagliostro […] com levi torna-se uma propriedade literaria romantica rodeada de espessas nuvens de incenso. […] agora que as sombras tinham sido expulsas – com o advento do mundo materialista do seculo XIX – que a luz do dia iluminava cada coisa com nitidez os romanticos deitavam um olhar nostalgico para esse passado onde pululavam os demonios e os incubos os quais em suma eram muito mais estimulantes para a imaginacao que os caminhos-de-ferro ou os barcos a vapor.»
entao levi saciou-se: «aquilo que portanto ninguem pode ou ousou fazer antes de nos chegou o tempo em que teremos a audacia de o tentar. queremos como juliao reconstruir o templo […] o templo para nos tem duas colunas sobre uma das quais o cristianismo escreveu o seu nome. portanto nao queremos atacar o cristianismo escreveu o seu nome. portanto nao queremos atacar o cristianismo longe disso queremos explica-lo e realiza-lo. a inteligencia e a vontade tem alternadamente exercido o poder no mundo a religiao e a filosofia lutam ainda hoje e devem acabar por ficar de acordo. o cristianismo teve por objectivo provisorio estabelecer pela obediencia e a fe uma igualdade sobrenatural ou religiosa entre os homens e imobilizar a inteligencia pela fe a fim de dar um ponto de apoio a virtude […] a filosofia pelo contrario trabalhou para fazer regressar os homens pela liberdade e a razao a desigualdade natural […] nenhuma destas duas accoes foi completa e suficiente nenhuma destas duas accoes foi completa e felicidade. aquilo com que se sonha agora […] e uma alianca entre estas duas forcas durante tanto tempo consideradas contrarias e esta alianca há razoes para a desejar: porque as duas grandes forcas da alma humana já nao se opoem uma a outra como o sexo do homem nao se opoe ao da mulher[…]
»portanto trata-se nada mais nada menos de uma solucao para todos os problemas?
»evidentemente dado que se trata de explicar a pedra fiosofal o movimento perpetuo o segredo da grande obra […]. acusar-nos-ao de loucura como o divino paracelso ou de charlatanismo como o grande e infeliz agripa. se a fogueira de urbano esta extinta restam as surdas proscricoes do silencio ou da calunia. nao as desafiamos. estamos resignados a elas. acreditamos que se chegou o tempo de produzir a palavra ela reproduzir-se-a por si so por nos ou por outros. ficaremos portanto calmos e esperaremos…»
eliphas levi nao tera de esperar muito tempo as manifestacoes de uma outra palavra. o seculo arremessa-se sobre tudo o que permite aumentar o horizonte dos territorios do sonho da imaginacao e da experimentacao… o ocultismo passa bem. saida da russia helena petrovna blavatsky comeca a correr mundo. em 1873 dois anos antes de fundar a sociedade teosofica vai aos estados unidos onde o o espiritismo conhece uma extraordinaria fortuna desde que margaret e katie fox duas adolescentes do estado de nova iorque puderam numa noite de dezembro de 1847«conversar» com o fantasma de charles ryan… em poucos anos os espiritos ate ai bastante discretos fazem a conquista da america. o primeiro congresso espirita realizar-se-.a em cleveland em 1852. a inglaterra e depois a franca sao rapidamente conquistadas pelo fenomeno. sob o pseudonimo de allan kardec leon rivail um pedagogo de liao funda a doutrina espirita a qual se apoia na «existencia manifestacao e ensino dos espiritos» e se define como um movimento simultaneamente espiritualista e racional…
voltaremos um pouco ao espiritismo mas antes de por um ponto nesta curta evocacao da magia na historia resta-nos por uma questao: que e feito hoje da atitude magica? do acto magico?
o homem dito moderno abandonou as margens do romantismo proprio do seculo XIX e ao mesmo tempo tenta escapar a tentacao cientista que adivinhou nao passar de uma resposta provisoria para as suas interrogacoes.
entao? entao o feito magico permanece mesmo se a sua expressao já nao e a mesma e tem em conta as conquistas da fisica da psicologia das profundezas ou as serias investigacoes em materia de parapsicologia.
feito magico ou atitude magica? antes atitude. a tentacao do «conhecimento» esta mais viva que nunca. os sequiosos voltam-se para onde podem: para os gurus da india os lamas tibetanos os mestres zen ou os feiticeiros africanos. so que se «faz» ioga como se faz ginastica! mesmo se a diferenca nao cessa de se acentuar entre um racionalismo tranquilizante e uma terrivel necessidade de ir dar uma volta ao outro lado das aparencias resta que as divindades do ter tem a pele dura. muito dura. tem mais respeito e admiracao pelo praticante de ioga capaz de caminhar sobre as aguas que por aquele que encontrou a paz. voltam-se de melhor vontade para um cristo taumaturgo que para aquele que nao deixou de repetir que o seu «reino» nao era deste mundo…
que mudou?
eis ai toda a questao.
«estamos em vias de perecer por termos esquecido as nossas necessidades mais profundas» escreveu d.h. lawrence.«estamos cortados das grandes fontes interiores de alimento e de renovacao que nao cessam de brotar atraves do universo como uma grande arvore deitadas cujas raizes estariam ao ar. e absolutamente preciso replantarmo-nos no universo.»
a atitude magica talvez nao seja imovel fixa irremediavelemnte semelhante a si mesma. se tem pouco ou muito sempre algo a ver com o poder com a forca nao e interdito pensar que esse poder pode cobrir outras realidades uma outra acepcao para alem da que cobre habitualmente. magia de ter ou magia de ser dissemos. e se a atitude magica verdadeira tendesse para transformar o apetite de ter em sede de ser?
entao o magico já nao seria aquele que impoe a sua vontade a vida mas aquele que se impoe a vida: como uma grande arvore finalmente replantada no universo e mergulhando as suas raizes ate ao lugar exacto desse amor que permite o movimento do sol e das outras estrelas…
entao o caminho da magia talvez nao tivesse sido totalmente em vao e poderia juntar-se na encruzilhada do conhecimento a ciencia a religiao ou a misticatudo o que pode permitir a nossa «participacao» no mundo e que nos ajude a compreender ea conhecer esse «qualquer coisa que nos prende esse alguem que nos atrai» dado que e agora sabido para alguns que «a nossa presenca no espaco e no tempo nao poderia ser o todo da nossa realidade».

O CONHECIMENTOS E O DOMINIO OU OS PODERES DO MAGO

«eis agora quais sao os privilegios e poderes daquele que tem na sua mao direita a clavicula de salomao e na esquerda o ramo de amendoeira florido:
»ve deus frente a frente sem morrer e conversa familiarmente com os sete genios que comandam toda a milicia celeste.
»esta acima de todas as aflicoes e de todos os receios
»reina com todo o ceu e faz-se servir por todo o inferno
»dispoe da sua saude e da sua vida e pode igualmente dispor da dos outros
»nao pode ser surpreendido pelo infortunio nem oprimido pelos desastres nem vencido pelos seus inimigos
»sabe a razao do passado do presente e do futuro
»tem o segredo da ressureicao dos mortos e a chave da imortalidade.
»sao estes os sete grandes privilegios. eis os que vem depois:
»encontrar a pedra filosofal
»ter o remedio universal
»conhecer as leis do movimento perpetuo e poder demonstrar a quadratura do circulo
»transformar em ouro todos os metais mas tambem a propria terra e as proprias imundicies da terra
»domar os animais mais ferozes e saber dizer as palavras que adormecem e encantam as serpentes
»possuir a arte notoria que da a ciencia universal
»falar sabiamente sobre todas as coisas sem preparacao e sem estudos.
»eis finalmente os sete poderes menores do mago:
»conhecer a primeira vista o fundo da alma dos homens e os misterios do coracao das mulheres
»forcar quando lhe agradar a natureza a entregar-se
»prever todos aqueles acontecimentos futuros que nao dependem de um livre-arbitrio superior ou de uma causa incompreensivel
»dar imediatamente e a todos as consolacoes mais eficazes e os conselhos mais salutares
»triunfar dos adversarios
»domar o amor e o odio
»ter o segredo das riquezas ser sempre o seu dono e nunca o escravo. saber gozar mesmo da pobreza e nunca cair nem na abjeccao nem na miseria.
»acrescentaremos a estes tracos septenarios que o sabio governa os elementos que apazigua as tempestades que cura os doentes ao tocar-lhes e que ressuscita os mortos!»

SABER PARA OUSAR, OUSAR PARA QUERER OU O RETRATO DO MAGICO

» deus so deixa aproximar-se da arvore da ciencia os homens muito abstinentes e muito fortes para nao cobicarem os seus frutos.
»vos pois que procurais na magia o meio de satisfazer as vossas paixoes detende-vos nessa via funesta: so ai encontrareis a loucura ou a morte. e aquilo que se explicava antigamente por esta tradicao vulgar que o diabo acabava mais cedo ou mais tarde por torcer o pescoco aos feiticeiros.
»o magico deve portanto ser impassivel sobrio e casto desinteressado impenetravel e inacessivel a qualquer especie de preconceito ou de terror. nao deve ter defeitos corporais e deve ser imune a todas as contradicoes e de todas as penas. a primeira e a mais importante das obras magicas e atingir esta rara superioridade.
»a vontade humana realizada pela accao e semelhante a bala de canhao que nunca recua perante o obstaculo. atravessa-o ou entra nele e perde-se nele quando e lancada com violencia mas se caminhar com paciencia e perseveranca nunca se perde e como a onda que volta sempre e acaba por corroer o ferro.
»um preguicoso nunca sera magico. a magia e um exercicio de todas as horas e de todos os instantes. e preciso que o operador das grandes obras seja senhor absoluto dele mesmo que saiba vencer a atraccao do prazer e o apetite e o sono que seja insensivel tanto ao sucesso como ao desaire. a sua vida deve ser uma vontade dirigida por um pensamento e servida por toda a natureza que tera dominado o espirito nos seus proprios orgaos e por simpatia em todas as forcas universais que lhe sao correspondentes.
»a purificacao do mago deve consistir na abstinencia das volupias brutais num regime vegetal esuave na privacao dos licores fortes e na regulamentacao das horas de sono.
»e preciso observar no exterior a limpeza mais escrupulosa: o mais pobre pode encontrar agua nas fontes. e tambem preciso limpar ou mandar limpar com cuidado o vestuario os moveis e os recipientes que se usam. qualquer falta de limpeza atesta uma negligencia e em magia a negligencia e mortal.
»e preciso purificar o ar levantando-se e deitando-se com um perfume composto de seiva de loureiro sal canfora resina branca e enxofre.
»nao se deve falar a ninguem da obra que se realiza o misterio e a condicao rigorosa e indispensavel de todas as operacoes daciencia. e preciso confundir os curiosos supondo outras ocupacoes e outras investigacoes como experiencias quimicas para rersultados industriais prescricoes higiennicas a investigacao a de alguns segredos naturais etc, mas a palavra desacreditada de magia nunca deve ser pronunciada.
»e preciso evitar tanto quanto se puder a vista das coisas hediondas e das pessoas feias nao comer em casa de pessoas de quem nao se gosta evitar todos os excessos e viver da maneira mais uniforme e mais regrada.
»podem finalmente e devem mesmo realizar-se as obrigacoes e praticar os ritos do culto a que se pertence.
»e preciso saber para ousar.
»e preciso ousar para querer.
»e preciso querer para ter o imperio.
»e preciso reinar e preciso calar-se.»

OS ESPIRITOS DOS ELEMENTOS OU COMO DOMINA-LOS…

«os espiritos elementares sao como as criancas. preferem atormentar aqueles que se ocupam deles a menos que sejam dominados por uma elevada razao e uma grande severidade.
»e a estes espiritos que damos o nome de elemntos ocultos.
»sao eles que determinam frequentemente para nos os sonhos inquietantes ou estranhos sao eles que produzem os movimentos da varinha divinatoria e as pancadas dadas contra as muralhas ou contra os moveis mas nao podem nunca manifestar um outro pensamento que nao seja o nosso e se nao pensarmos falam-nos com toda a incoerencia dos sonhos. reproduzem indiferentemente o bem e o mal por que nao tem livre-arbitrio e por conseguinte nao tem responsabilidade mostram-se aos extaticos e aos sonambulos sob formas incompletas e fugitivas. foi isso que deu lugar aos pesadelos de santo antonio e muito provavelemente as visoes de swedenborg nao sao nem danados nem culpados sao curiosos e inocentes. pode usar-se ou abusar-se deles como animais ou criancas. assim o magico que emprega a sua colaboracao assume sobre si uma que os obrigara fazer e a grandeza dos seus tormentos sera proporcional a extensao do poder que tera exercido por seu intermedio.
»para dominar os espiritos elementares e tornar-se assim o rei dos elementos ocultos e preciso ter passado em primeiro lugar as quatro provas das antigas iniciacoes e como estas iniciacoes já nao existem te-las substituido por accoes analogas como expor-se sem medo num incendio atravessar um abismo sobre um trono de arvore ou sobre uma tabua escalar uma montanha a pique durante uma tempestade atirar-se a nado de uma cascata ou de um redemoinho perigoso. o homem que tem medo da agua nunca reinara sobre os ondinos aquele que teme o fogo nada tera a ordenar as salamandras enquanto se tiver vertigens podem deixar-se em paz as silfides e nao irritar os gnomos porque os espiritos inferiores so obedecem a uma forca que se lhes prova mostrando-se seu senhor mesmo no seu proprio elemento.
»qundo se conquistou pela audacia e o exercicio esta forca incontestavel e preciso impor aos elementos o verbo da sua vontade por consagracoes especiais do ar do fogo da agua e da terra e e aqui o comeco indispensavel de todas as operacoes magicas.
»para doar e submeter os espiritos elementares nunca se devem abandonar aos defeitos que os caracterizam.
assim nunca um espirito leviano e caprichoso governara as silfides. nunca uma natureza mole e fria e voluvel sera senhora dos ondinos a colera irrita as salamandras e a grosseria cupida transforma aqueles que submete nos brinquedos dos gnomos.
»mas deve ser-se pronto e activo como as silfides flexivel e atento as imagens como os ondinos energico e forte como as salamandras laborioso e paciente como os gnomos numa plavra e preciso vence-los na sua forca sem nunca se deixar submeter as suas fraquezas. quando se estiver bem firme nesta disposicao o mundo inteiro estara ao servico do sabio operador. passara durante a tempestade e a chuva nao tocara a sua cabeca o vento nem sequer pertubara uma prega do seu vestuario atravessara o fogo sem se queimar caminhara sobre a agua e vera os diamantes atraves da espessura da terra.»

HISTORIAS


REQUERIMENTO QUE FEZ S. CIPRIANO PARA CASTIGAR LUCIFER QUE SEMPRE O TENTAVA NAS SUAS ORACOES

Quando sao cipriano viu o bem que ia gozar no ceu e o mal que lhe sobrevinha se nao deixasse lucifer resolveu ir castiga-lo em um deserto medonho.

S. CIPRIANO SAIU DO SEU PALACIO PARA CASTIGAR LUCIFER

Eis aqui como s. Cipriano requereu ao demonio.
Ha dez anos me pssa senhor de vos nao ter amado.
“eu cipriano servo de deus a quem amo de todo o meu coracao desde o dia em que nasci.
Levanta-te lucifer la desses infernos vem ja a minha presenca traidor e falso deus a quem eu amava so por ignorancia.
“mas agora estou desenganado: o deus que adoro e um deus verdadeiro poderoso e cheio de bondade por quem eu te obrigo lucifer que me apareca sob pena de obediencia quando me nao queiras obedecer seras castigado mais do que eu tenciono. Aparece prontamente lucifer que eu te obrigo da parte de deus de maria santissima e do padre eterno eu te esconjuro pela forca do ceu e pronto para receber aqueles seus filhos que deixam de dotar os idolos e falsos deuses a quem eu cipriano amava ja ha trinta anos.
Agora com a ajuda de jesus cristo ja deixei essas falsas divindades e adoro um deus poderoso que esta no ceu com que eu agora tenho todo o pacto e o terei ate a morte. E e por este mesmo pacto que eu cito e te obrigo lucifer que me aparecas prontamente.
“abram-se ja as portas do inferno vem satanas a minha presenca. Vem da parte do oriente em figura de criatura humana.”
Dito isso apareceu lucifer cercado de todos os demonios do inferno como diz s. Cipriano.
“cheguei a contar tres mil demonios em volta de mim porem debalde os demonios tentaram iludir-me e vendo eles que nada podiam fazer revoltaram-se contra mim a tal ponto que fizeram sair fogo la dos astros e com tanta abundancia que parecia arder todo o mundo.
Tudo isso para ver se podia sepultar-me entre as chamas de fogo. Porem eu invocava o nome de jesus e nunca o fogo me pode chegar perto.”
Vendo o demonio que cipriano ja tinha grande poder debaixo de deus resolveu-se a desobedecer-lhe e retirar-se para o inferno e estao obedeceu a deus nem a cirpiano.
Porem antes tal nao fizesse o demonio porque mil vezes mais foi castigado por s. Cipriano.

REQUERIMENTO EM QUE SAO CIPRIANO FEZ RETIRAR PELA SEGUNDA VEZ O DEMONIO DO INFERNO E VIR A SUA PRESENCA PARA SER CASTIGADO COM A VARINHA DE CONDAO

Sao cipriano vendo que o demonio se tinha retirado para o inferno e fechado as portas pensou um instante no que havia de fazer ou na maneira como havia de principiar a requerer a lucifer e castiga-lo.
“eu cipriano paeciptur in nomine jesus.”
“vos que estais na gloria de deus padre de deus filho e deus espirito santo e no poder e virtude de maria santissima e do verbo divino e no poder e virtude de maria santissima e do verbo divino encarnado e no poder dos anjos do ceu e dos querubins e migueis criados por obra e graca do divino espirito santo e por toda ersta santidade mando sem apelacqao sejam ja abertas que seja cumprida e executada a minha ordem conforme lhe ordenei.
“apareca prontamnete lucifer em figura de pessoa humana sem estrepido nem mau cheiro.”
“sejam abertas as portas do inferno assim como se abriram as portas do carcere onde estavam presos alguns dos apostolos. Quando lhes apareceu no carcere um anjo que foi a mando de deus foram abertas as portas e fugiram os apostolos. E o anjo foi elevado ao ceu como jesus cristo lhe tinha ordenado.
“jesus cristo eu vos peco e mando em vosso santissimo nome ao demonio que venha ja a minha presenca sem que ofenda a minha pessoa nem meu corpo nem minha alma.”
“aparece prontamente lucifer que eu te requeiro pelo poder de grande adonis pelo poder e virtude daqeulas santas palavras que disse jesus cristo quando estava a dar o ultimo suspiro na cruz inclinando os olhos ao ceu e exclamando angustiosamente: - meu deus perdoai aos que me crucificaram que nao sabem o que fazem.”
“por estas santas palavras te esconjuro e requeiro lucifer imperador do inferno: vem a minha presenca sem apelacao nem agravco que eu te obrigo em nome de jesus maria e jose e te mando em virtude de santo ubaldo francisco por estas santas palavras pela virtude dos doze apostolos e por todos os santos do deus de abraao de jaco e de isaque e em virtude do anjo sao rafael e a todos os demais santos e virtudes dos ceus e ordens dos bem-aventiurados sao joao baptista sao tome sao felipe sao marcos sao mateus sao simao sao judas sao martinho e por todas as ordens dos martires sao sebastiao sao fabiao sao cosme e sao damiao sao dionisio com todos os seus companheiros confessores de deus e pela adoracao do rei david e pelos quatro evangelistas joao lucas marcos e mateus.”
“eu te requerio que me aparecas lucifer sem apelacao nem agravo que te obrigo que me aparecas lucifer sem apelacao nem agravo que te obrigo pelas quatro colunas do ceu qeu nao me faltes a obediencia.”
“eu criatura de deus te obrigo pelas setenta e duas linguas que estao repartidas pelo mundo e por todos estes poderes e virtudes. Aparece prontamente desviado de mim quatro passos: se nao apareceres neste momento seras ja castigado com maldicoes.”
Neste momento aparece lucifer de repente e diz-lhe cipriano:
-quero castigar-te como mereces.
-entao cipriano nao te lembras do bem que te fiz? Nao te lembras das donzelas as quais profanastes a honra e que tudo isso foi por mim arranjado? Esqueces o bem que te fiz? Eu qeu arranjei com que fosses senhor de todo o reino!...
- infame! O culpado de tudo isto sou eu. Se fosse menos genroso para contigo!....
-desca ja ja!... fogo contra este homem e seja reduzido a cinzasd. Eis aqui a escritura do pacto que fizeste comigo: eis aqui o trabalho que nos fizemos e que nao cumpriste!
Infame es tu! Cai ja fogo sobre ti – disse lucifer.
No momento em que lucifer disse estas palavras eram tantos os raios os coriscos os trovoes que faziam tremer a terra.
Porem saoc irpiano de nada teve medo porque o seu poder era forte contra lucifer.
Cipriano disse a lucifer:
-sossega e suspende esses trovoes e esses raios que estao caindo das alturas.
Lucifer mandou cessar imediatamente a trovoada.
-vai ser castgado com tres mil varadas dadas com a vara boleante – disse cipriano a lucifer.
Cipriano prendeu lucifer com uma cadeira feita de chifre ou cornos ee carneiro virgem e depois de o ter amarrado disse-lhe:
-estas preso maldito traidor! Tentaste roubar a minha alma pela qual jesus cristo tantos tormentos passou porem jesus como mil varadas por serdes o culpado de eu ofender o meu bom jesus.
Cipriano castigou lucifer e depois de castiga-lo pos-lhe preceito dele nunca mais fazer pacto com pessoa alguma.
E este preceito que nao deixa o demonio aparecer-nos so sendo obrigado por deus e por todos os santos.

MODO COMO SE DEVE PREPARAR A VARA BOLENTE PARA CASTIGAR O DEMONIO

Cortar uma vara de aveleira que tenha grossura suficiente para poder aguentar com tres pregos de um centimentro de comprimento.

COMO PREPARAR OS PREGOS DESTA VARA

Matar um carneirinho virgem com uma faca de aco. Logo que esteja morto o carneiro levar a faca a um ferreiro que faca dela tres pregos. Crava-los na vara um no pe e dois no centro da ponta.
Declaramos que a faca deve manter-se no fogo com o sangue do carneiro.
As cadeias que prendem o demonio podem ser de chifre de carneiro ou um cordao de sao francisco benzido ou ainda uma estola com que um padre tenha dito missa pelo menos dezoito vezes.

UMA PASSAGEM DA VIDA DE S. CIPRIANO

Dizia s. Cipriano num capitulo de seu livro que numa sexta-feira passando por um lugar deserto viu tantos fantasmas em volta de si que tremeu de susto e perdeu todas asqs forcas para lhes poder resistir porem os fantasmas eram bruxas que se queriam salvar. Logo se chegou uma delas a cipriano e lhe disse:
-salva-nos se entender que depois desta vida temos outra.
-como vos hei de salvar? – perguntou cipriano.
-como tu salvaste tu infame?
-sim... soiu escravo do senhor! Sou escravo do se... nao acabou a palavra.
Sonhou que a oracao do anjo custodio o livraria daquele grande perigo.
Acordou e viu-se em frente de um anjo que imediatamente desapareceu... era custodio!
Cirpiano lembrou-se vda oracao e disse:”eu cipriano requeiro e conjuro da pena de obediencia e preceitos superiores.
Grand etrovao rasgou no ceu.
De repente cipriano via diante dele quatorze bruxas.
-maria e gilberta ambas irmas – responderam duas delas.
-que desejas? – perguntou cipriano.
-queremos salvar-nos e sermos como tu escravas do senhor - responderam elas em coro.
Cipriano salvou todas essas bruxas e com a oracao do anjo custodio ligou todos os demonios para que nunca mais pudessem ser tentadas.
Diz s. Cipriano que esta oracao nao so serve para o bem como para o mal porem e preciso nao se acabar.

LUCIFER E O ANJO CUSTODIO

-anjo custodio amigo queres salvar-te?
-sim quero e... sou o anjo custodio teu amigo nao sou?!
-queres ter salvacao?
-sim quero.
-e quais sao as principais virtudes do ceu que te podem salvar?
-sao:
1. o sol mais claro que a lua;
2. as duas tabuas de moises onde nosso senhor pos os seus sagrados pes;
3. as tres pessoas da santissima trindade e toda a familia da cristandade;
4. sao os quatro evangelistas: joao marcos mateus lucas;
5. sao as cinco chagas de nosso senhor jesus cristo que tanto sofreu para quebrar as tuas forcas lucifer!
6. sao os seis cirios bentos que iluminaram em torno da sepultura de nosso senhor jesus cristo e me iluminam a mim para me livrar das astucias de lucifer.
7. sao os sete sacramentos da eucaristia porque sem eles ninguem tem salvacao;
8. sao as bem aventurancas;
9. sao os nove meses em que a virgem maria trouxe no ventre o seu amado filho jesus cristo e por esta virtude somos livrs do teu poder satanas!
10. sao os dez mandamentos da lei de deus porque quem neles crer nao entra nas profundezas infernais;
11. sao as onze mil virgens que pedem incessariamente ao senhor por todos nos que nos abencoe;
12. sao os doze apostolos que acompanharam nosso senhor jesus cristo ate a beira da sua morte e depois na sua eterna redencao;
13. sao os tres raios do sol que eternamente se conjuram a ti satanas.
Prevenimos que sendo necessario repete-se tres vezes.

HISTORIA MEDIEVAL DE CURAS MILAGROSAS ENCONTRADA NOS MANUSCRITOS DE SAO CIPRIANO

E muita antiga a historia da imperatriz porcina.
Ja o rei afonso X de castela do seculo XIII conta esse belo episodio em versos do seu livro cantigas de santa maria.
Apresentamos aqui uma versao medieval dele que embora escrita com todas as caracteristicas da linguagem arcaica pode ser compreendida por qualquer leitor moderno pois a pontuacao e a ortografia foram modernizadas.
A historia da imperatriz porcina mostra a maneira medieval como sao castigados os individuos que praticam o mal por motivos torpes ou mesquinhos.
Lodonio imperador de roma era casado com porcina filha do rei da hungria mulher de altas virtudes e de grande formosura.
Vivia na corte o principe albano muito estimado do imperador que era irmao dele.
Estav o poderoso lodonio casado com a nobre porcia fazia ja dois anos e nao havia dela filhos. E nao se queixava disso porque entendia que se lhe nao havia dela filhos. E nao se queixava disso porque entedia que se lhe nao vinham herdeiros era porque deus assim o deerminava. E contentava-se com as muitas caridades que fazia ora amparando viuvas ora socorrendo os pobres ora apadrinhado bons casamentos para as orfas que em aquele tempo havia na cidade.
Fazia enfim todas as obras de caridade que podia e as fazia em nome de jesus cristo e da virgem santissima.
Havia lodonio prometido ir em romaria a terra santa jerusalem para ver os lugares onde nosso senhor jesus cristo cum+prira a sua missao de salvador do mundo. Ali deveria ficar um ano em penitencia e actos piedosos.
Decidida a viagem quis ele deixar tudo em boa ordenanca e assim determinou de ficarem por governantes a sua mulher porcina e o principe albano pois esta era a vonade do povop. E a todos os suditos pediu que obedecessem a porcina e a albano como se fosse a ele imperador que ambos tinham qualidades abundosas para substitui-lo por um ano enquanto ele fora estivesse mas disse que se partia para longes terras era para que se cumprisse a vontade de deus.
Feito o discurso ao povo dirigiu-se o imperador ao salao das refeicoes e tendo acabado de almocar foi-se a camara da imperatriz. Esta como adivinhando o imediato apartamento do esposo estava banhada em lagrimas. Entao ele procurando esconder a tristeza que lhe ia na alma falou a ela:
- minha doce companheira lume dos meus olhos espelho em que revejo a minha pessoa: por que choras? Nao sabes que e necessaria a minha partida? Nao ves que estou comprometido a fazer esta romagem?
Ela o olhou carinhosamente e o imperador sentiu desfalecer o coracao. E disse:
- se queres nao irei e sim mandarei outro no meu lugar. A viagem ha de ser feita e que nao seja por mim sera por alguem mais.
E a bondosa porcia respondeu e disse:
- muito amado esposo nao facas caso da fraca e mulheril natureza. Que se eu chorava era pelo muito que te quero e pelo sofrimento que ja antevejo que me vira quando estiveres alongado permitia que facas as coisas pela metade mandando outrem no teu lugar. Pois isso seria o mesmo que nao cumprires a promessa e caires da graca de deus. Vai e nao te comova o meu pranto. Que eu ficarei rezando pela tua volta que breve seja.
Fcou mui contente lodonio com a coragem da mulher e quis sair de ali para que se nao prolongasse o sofrimento de ambos. A valorosa imperatriz trabalhou-se de dominar os solucos e pensar nodecidiu que de tal forma se haveria junto com albano em manutencao do reino que ninguem haveria de sentir a falta do imperador enquanto ele ausente estivesse.

COMO ALBANO ENGANOSO E CHEIO DE MAS ARTES QUIS FILIAR A PROPRIA CUNHADA PARA O MAL

Uma coisa ruim estava porem reservada a porcina: era que albano a amava muito em secreto havia muito e esperava ocasiao por acomete-la. Ignorava ela que albano era tredo e capaz de todas as vilezas para alcancar os seus intuitos malevolos. E ele estava mui contente de propor a cunhada a sua malvadez. Pois agora estava sozinho no reino e a virtuosa dama indefesa que se achava nada podia fazer para resistir-lhe.
E logo no outro dia pela hora em que a cunhada se preparava para levantar-se e quase despida estava no leito entrou-lhe ele pela camara dentro sem anunciar-se e foi logo beijar-lhe as maos coisa que antes nao tinha cragem para fazer.
Muito estranho pareceu a asustada imperatriz aquele proceder. Ela muito casta jamais assim aparecera na frente de outro homem que nao se seu marido e ruborizada de legitimo pejo cobriu-se toda com as cobertas da cama e nao deixou que aparecesse nada do seu belo corpo senao a cabeca. Indignada com aquela vinda cobrou animo e ousadia e disse contra ele:
Oh senhor que vinda e esta tao desacostumada?- senhora minha perdoai este meu ousio: que a verdade e a forca do amor que me faz esquecer as regras da cavalaria. Quero que saibas senhora que muitos dias ha que me trabalho de esconder o que na alma sinto. Mas agora nao posso evitar de dize-lo. E e tao grande o meu amor +por vos senhora dos meus dias que outra coisa nao quero senao que caseis comigo. Estamos na posse de toda a forca e poderio e ninguem se atrevera a embargar-nos. E se vos temeis do que diria o povo de nos ver assim unids pelo matrimonio evitar a nossa dita. Dar-lhe-ei peconha que o faca morrer em um dia sem que lhe os fisicos possam valer de alguma coisa.
E ele estava todo esse tempo em joelhos ao lado do leito e retinha entre as suas as brancas maos daquela formosa dama.
E elea toda abrasada do mais santo furor teve meios de sentar-se no leito sem que se lhe descobrisse o corpo e tendo desprendido as suas das maos daquele homem assim lhe respondeu e disse:
Grande dever ser o vosso ousamento para que assim desrespeitai a minha castidade. Esse atrevimento vosso receberia duro castigo se aqui estivesse castidade. Esse atrevimento vosso reberia duro castigo se aqui estivesse o meu amado esposo. Tirai vos asinha vde ante de mim e que eu nao nao vos veja nunca mais.
Como ele a visse desta guisa tao irada tomou-se de receios pois temia que os brados dela acudissem as muitas pessoas do palacio e o encontrassem naquele estado e determinopu sair-se por aquela vez e voltar noite alta quando entao com lhe tapar a boca logo alcancaria o que tanto desejava.
E parou mente neste desejo e se foi para os seus aposentos. No caminho encontrou um pajem que lhe pareceu muito fiel e chamando-o a parte lhe disse muto a puridade:
- bom donzel me pareces e capaz de guardar um grande segredo. Darte-ei copioso galardao se fores discreto e quiserdes vir comigo a um lugar que sei.
E o pajem respondeu e disse contra ele:
- senhor podeis confiar em mim que eu sei ouvir e calar quando isto me e convinhavel.
E albano lhe disse a maldade que desejava praticar com aquela dona filhando-a quando ela estivesse dormindo na sua camara e que precisava de alguem que ajudasse naquela dificil empresa pois nao queria ser por ninguem desoberto e que daria ao pajem grossos dinheiros se ele nisso conviesse em ajuda-lo e que tudo havia de ser feito muito em secreto que ninguem soubesse do feito.
E o pajem respondeu e disse:
- senhor podeis estar seguro de que por mim ninguem vira a senao pelo respeito que vos devo (o qual e muito) antes me deixarei matar que revelar a outrem essa embaixada.
E combinaram entre si a hora em que viriam juntos a camara a imperatriz para aquele feito.
Muito cntente ficou albano com aquela tramoia pois evidente sucedeu como cuidava porque o pajem quando ali saiu se foi pront e pronto aos aposentos e tudo revelou a boa porcina.
A imperatriz lhe deu grande e festivo gasalhado e o premiou e lhes ordenou que pretendessem albano e o pusesse numa torre muito alta que em o paco havia.

COMO O IMPERADOR VOLTOU DOS LUGARES SANTOS E FOI RECEBIDO PELO IRMAO QUE LHE FEZ UMA ALEIVOSA FALACAO

Esteve o imperador lodonio apartado do reino em sua romagem pelos santos lugares um ano cumrpido e acabada aquela obra piedosa se fez na volta de roma. E estava muito contente porque ia rever aquela a quem tanrto queria. Adiante de si mandou um heraldo que anunciasse ao povo em palacio.
Ficou porcino muito contente de aquilo ouvir e logo mandou preparar grandes festas para receber mui dignamente o seu rei e senhor. E parou mente vno estado em que se encontrava albano preso numa torre havia um ano e determinou perdoa-lo do mal que hvia feito pois achava que devia estar curado daquela ma encao. E se foi para diante da torre em que o homem estava e falou-lhe desta guisa:
- senhor eu vos perdoo todo o mal que fizeste que agora vem de volta meu marido e senhor e e bom que se esquecam males passados e eu nao quero mais ouvir falar de todos aqueles feitos que tinheis em mente fazer antes vos peco que os nao mencioneis a ninguem e pelo contrario recebais o vosso irmao como amigo e como bom irmao.
E logo mandou que abrissem a porta da torre para que se saisse o principe e se ajaezasse para a festa que iam oferecer ao imperador.
Foram-se os dois juntos para o paco. Como se nanhuma daquelas coisas houvesse passado. Porem ele cuidava em si como se poderia vingar daquela dona por todo aquele reves que clhe fizera sofrer. Que durante aquele tempo se lhe enchera o coracao de muito rancor por ela de guisa que ja nao a podia ver que se lhe nao enchesse a boca de fel.
Ao ouro dia foi ao encontro do irmao mas de tal guisa ia vestido que ele o nao conheceu. E era que levava um trjo de do wque a ele todo cobria tambem ao cavalo e apresentava no rosto haver muito sofrimeno no coracao e que em lhe chegou diante muito se trabalhou o imperador de o reconhecer e por fim sabendo que era albano que ali estava lhe falou e disse:
- irmao que do e esse que trazes? E morto alguem a quem muito querias? Que novas me das de minha querida imperatriz? E morta? Fala irmao que ja nao posso mais de tanta agonia.
Albano deixou passar um instante calado e logo levantando a cabeca respondeu-lhe desta guisa:
- irmao pelo muito respeito que vos devo pos que sois o imperador e eu nao sou nada temo contar-vos a verdade. Pois e tao grave o que passou e tao mesquinho que nao sei com que plavra comece.
Vendo o imperador aquele rodeios tomou-se de susto nao fosse acontecer que a imperatiz houvesse caido em pecado.
- irmao qualquer que tenha sido a falta nao te detenhas com receio que eu como imperador tenho de saber tudo e castigarei os culpados venham de onde vierem que ja adivinho estares fora disso pois sempre fil me tens sido.
E o falso irmao com ar mui merencoro respondeu e disse:
- irmao se portanto e esta a vossa determinacao nao me deterei mais e tudo vos declararei como cumpre. Vos me deixastes aqui em companhia da imperatriz para que juntos reinassemos sobre o vosso reino. E eu a tratei feita irma pois de esposa de meu irmao se tratava. Mas antes me houvesse alongado deste palacio pois estando u a sgund noite dormindo em minha camara me surgiu em seus trajes nocturnos e abeirou-se de meu leito. E eu pensei que fosse uma visao do demonio e comigo dizia: “senhor jesus cristo livrai-me das artimanhas deste danado que me aqui aparece em forma de minha casta cunhada. Que eu nao deixe embair por esta de minha casta cunhada. Que eu me nao deixe embair por esta visao que aqui esta para perder-me e perder minha cunhada.” E eu rezava mui contritamente o padre-nosso para afastar de mim aquela figura do diabo . mas heis que ela comecou a falar e disse: “amigo nao me tomes por um fantasma que sou de carne e osso. Aqui me tens filha-me que eu sou a tua cunhada porcina. Eu de ha muito perdida de amores ando por ti e agora e boa ocasiao para que te cases comigo pois te farei imperador e em chegado meu marido farei dar-lhe tal peconha que morrera morte ruim sem que lhe os fisicos possam valer de nada”. Mas eu que a vi cheia de ma arte e se saisse da camara para sempre e ela se encheu de furia e se foi para os seus aposentos. Porem logo por ordem dela me vieram prender dois soldados que me levaram a torre que sabeis e la me deixaram preso ate hoje quando me foui buscar e me trouxe com mos de mui grandes cortesias para que vos viesse receber e me pedia por tudo que vos nada dissesse e de que quanto passou em aquela noite pois ela ja estava sossegada e nao pensava mais em fazer maldade.
Quando o grande imperador isto ouviu caiu pelas penas do cavalo abaixo e esteve ali esmorecido no chao grande espaco de tempo. E lhe os seus fizeram voltar a si com deitar-lhe agua fria no rosto. E lhe os seus fizeram voltar a si tao grande foi o odio e ma vontade que tomou contra a sua esposa que a nao quis mais ver. E ordenou que tres homens dos de dsua guarda a matassem e a levassem a enterrar no meio de uma floresta onde lhe ninguem nao pudesse descobrir a cova. E mais disse aos homens que se nao fizessem como lhes ele dizia e ordenava que os faria matar em meio de torturas.
E os tres homens se foram logo a camara dda tainha e a levaram consigo a ermo.
A mperatriz quando estas coisas viu tomou-se de grande medo e se pos a rezar com muita devocao e sabia que tudo aquilo eram mas artes do cunhado que assim se vingava por ela nao ter acudido ao seu chamado para fazer o mal. E como seu coracao nao tinha fel rogava a deus perdoasse ao cunhado aquele mal que lhe ele agora faria de a mandar matar.
E como em aquele momento se trigasse a lua de subir ao ceu aqueles tres homens repararam em quao formosa era a dama que levavam. E por uns instantes se deixaram ficar admirando aquela grande formosura que era de rainha mas bem podia ser de uma santa ate que um deles comecou a falar e disse:
- amigos estranha presa levamos e estranho e o fim a que a destinamos. Pois se havemos de mata-la que sao ordens do nosso grande imperador aproveitemo-nos dela primeiro e depois lhe demos a morte que e ma res e se o nao fosse nao a mandaria matar o nosso imperador.
E o segundo guarda ouvindo o que seu companheiro propunha comecou de falar e disse:
- amigo de prol sao as tuas palavras. Pois somos homens filhemos a mulher que para isto sao todas feitas. E nao podera denunciar-nos pois que logo sera morta.
E o terceiro guarda ria-se muto e como era de poucas palavras e tudo assentia com a cabeca. E se determinava a executar aquela vontade ma de pensamento que facil lhes parecia a empresa.
E a triste que estas coisas ouvia respondeu e disse:
-nao queirais fazer mais do que vos mandou aquele que para isso tinha poder. E nao cuides de tocar em mim que vos custara isto a vida.
Eles nao pararam mente em aquilo que lhes uma fraca mulher dizia: e rindo e gargalhando como demonios que se sai ssem dos abismos infernais acometeram-na e comecaram de lhes rasgar o vestido.
Vendo pois que aqueles homens a despiam se pos ela a dar grandes brados que repercutiam em toda a floresta e quanto mais lutava por libertar-se dos seus algozes tanto mais se encanzinavam eles naquele mau intento.
E aconteceu de por ali passar a comitiva de um code que se fazia na volta da italia vido de jerusalem aonde fora em visita aos lugares santos e tanto que aqueleds brados ouviu foi na direcao deles com todos os acompanhantes e criados e quando chegou ao meio da floresta viu quanto sucedia com a desconhecida. E a imperatriz porcina ja esmorecia e nao podia mais lutar por livrar-se daqueles brutos.
O conde quando aquilo viu se tomou de grande furia e sem masi deenca ordenou que os criados tostemente acudissem e desse morte aqueles caes assim foi feito e os tres ficaram logo para ali estendidos co as cabecas decepadas.
A imperatriz quando aquelas coisas viu tao medonhas tomou-as por milagres que nao imaginava que ninguem a pudesse vir salvar em aquele ermo e assim cmo estava maltratada e seminua pos de joelhos em terra e agradeceu a deus em primeiro lugar o haver-lhe enviado aquele conde e os criados para salvarem-na.
O conde nome clitaneu bnao quis receber os agradecimentos dela falou-lhe desta guisa:
- senhora nao sei quem sois mas vejo pelos vosso vestidos bem que maltratados que ois de alta linhagem. Quem quer que sejais muito me praz ter chegado em boa hora para valvar-vos das maos daqueles tredos. E tambem tenho por milagre o haver-me deus concedido de praticar esta boa accao logo na minha vida de jerusalem. Sou eu que vos devo agradecer por terdes sido o instrumento de que se vale ele valeu para me experimentar.
E tendo-a revestido em panos que trazia para que nao sentisse vergonha pediu-lhe muito humildosamente lhe dissesse quem era e porque ali estava que sabia que ela era de alta linhagem pois as vestes rosas assim dizia e a sua formosura confirmava.
E a imperatriz que se nao queria descobrir nem dizer o que passara lhe respondeu em esta guisa:
- mui nobre e poderoso senhor: peco-vos me deixeis guardar comigo a minha coita que grande e ela para que me vejais em tal estado por agora vos direi que sou uma pobre mal-aventurada inocente que sofre por maor de uma aleivosia e mais vos peco que me leveis em vossa comitiva pois como escrava onde quer que estejais vos servirei.
Muito contente ficou o magnata de ouvir aquelas palavras e como homem piedoso que era lhe respondeu e disse:
- senhora escrava sede mas de deus que vos eu nao quero para isso pois vejo que sois bem nascida. Acompanhai-me ao meu palacio e ficai tranquila que nunca mais perguntarei que segredo e o vosso.
Os criados por ordem dele forneceram-na com uma cavalgadura das muitas que levavam e assim se partiram para o palacio que perto de ali demorava.

COMO O CONDE VOLTOU PARA O SEU CASTELO E O QUE LA ENTAO SE PASSOU

Chegando ao castelo foi o conde recebido com festivo gasalhado de sua mulher. Sofia de nome que muitos saudosa estava com aquele grande apartamento em que estivera o marido. E depois que ele contou o que passara naquelas partes de jerusalem disse:
-trago-te esta formosa dona que e bem nascida e a encontrei em tristes condicoes nas maos de tres brutos que a queriam filhar. E chegar. E eu prometi que nunca jamais nao lhe falaria deste segredo de guisa que ela pudesse deixar-se ficar tranquila em nossa companhia.
E a condessa tomando-a pela mao disse:
-muito me praz haver comigo dona tao formosa que se duvida e bela a sua alma pois diziam os antigos que o rosto e a janela em que a alma se debruca e tambem vejo que sois bem nascida porque disso tendes o aspecto. Ficai nesta casa ate qaundo vos prouver que vos ninguem perguntara nada do vosso passado.
E de ali em diante se tomaram as duas de grande afeicao porque porcina era muito boa e tudo fazia por agradar a condessa. E a condessa a tratava como se sua irma fosse e procurava por todos os meios faze-la sentir-se ditosa. E como porcina se agradasse muito do filho pequeno que a condessa tinha esta lho entregou para que o criasse e co ele dormia. Porcina em sua camara.

COMO O IRMAO DO CONDE SE PERDEU DE AMORES PELA IMPERATRIZ E A QUIS FILHAR DE MODO ALEIVOSO

Tinha o conde um irmao natan de nome que perdao de anmores andava pela formosa porcina e trabalhava-se em que se encontrar a sos com ela e filha-la e tao grande era o ser fervor amoroso que muito coitado ficava no dia que nao a punha os olhos em cima.
E um dia como todos dormissem um sono depois do jantar (que era isto na forca do verao) foi-se aquele homem para onde estava porcina e entrou de falar-lhe em esta guisa:
- misteriosa senhora que de mundo descoanhecido viestes e a quem um segredo muito secreo encobre rainha de minhas noites perdidas e lume que me alumia nesta negras escuridao em que vivo: perdoai a este misero e mesquinho tao grande ousio pois nao posso por mais tempo esconder o que se passa nesta minha alma coitada e sabei e perante deus. E por agora me deixe beijar essa maos de princesa que outras tao brancas nunca vi nem tao maviosas.
E ele fincava em terra o joelho e trabalhava-se de tomar nas suas maos de porcina. E ela em vendo o quao mal parada ia aquela empresa levantou-se e disse contra ele:
- gui senhor que me perdeis. Olhai em que fica a mnha honra de boa fama se me aqui virem nesste estado os demais habitantes do palcio. E so porque nao desejo ser vista em vossa companhia nao os faco vir com meus brados.
Que vos nunca dei aso a que achasseis em mim alguma coisa ma e muito menos que me visseis enganosa. Assim que senhor tirai-vos de ante de mim sem tardanca que de outra guisa direi a sofia e ao senhor conde quanto aqui nesta camara se passou.
Muito irado ficou natan quando aquilo ouviu e como era muito assomado transformou-lhe ali mesmo o amor em ma vontade e parou mente em como haveria de vingar-se cruelmente daquela dona que tao mal o recebera quando ele julgava facil a empresa de filha-la. E se foi mui a contragosto a sua camara de onde ficou engolindo o seu fel.

COMO NATAN OBROU QUANDO ELE FOI VINGAR-SE DA FORMOSA DONA

A noite daquele dia quando finda a ceia todos se recolheram os seus aposentos entrou porcina a chorar e maldizer-se daqeuela triste vida que levava e o seu consolo unico era aquele inocentezinho que a condessa lhe entregara para que o criasse. E o menino drmia placidamente a seu lado sem poder saber nada daquelas coisas que a seu derredor passavam.
Nisto veio natan manso ate a porta da camara onde aqueles dois inocentes dormiam se pos a espreitar por uma fresta que a porta fazia que nao estava de todo cerrada. E ele como trazia o coracao cheio de grande odio se pos a imaginar o que faria para vingar-se tostemente daquela dona e quando viu que ela cerrando os olhos parecia dormir forcou mui de manso a porta da camara e se pos dentro e ali com o machado de fio muito agudo que razia se foi direto para onde dormia o menino e vibrou-lhe golpes com o estrondo acordou em sobressalto a imperatriz e conheceu a vileza daquele seu inimigo. E ele ja se tinha feito de volta a seus aposentos para que o nao visse alguem naquele conhecimento. Entao ela se pos a braadar em muito altas vozes que retiniam por todo o palacio e bradava que lhe haviam matado o filho caro e que acudissem todos para ver aquela desgraca.
Quando a condessa chegou (que foi ela a rpiemria em acorrer ao chamado) nao pode ver por mais tempo o estado em que ficara o filho e caiu para ali esmaecida como se mort estivesse. E todos os demais habitantes do palacio chegavam e ficavam pasmados com tamanha perversidade.
E o falso irmao do conde tambem veio saber o que passara e trazia o rosto mui compungido como quem se doia de uma grande desgraca. E vendo o irmao naquele estado de tristeza e a cunhada quase morta no chao voltou-se para o conde e falou-lhe desta guisa:
- irmao quem matou este inocente merece duro castigo. E se nao sabems quem o pos em tal estado pergunta antes a essa dona misteriosa que nunca jamais nao quis revelar o seu segredo tao secreto.
Ma res deve ela ser para que assim andasse na floresta por noite alta nem que destino levava e ai tens o fruto de tua boa accao.
Nisto se levantou a condessa que a forca de lhe atirarem agua para o rosto recobrara a vida. E olhava muito merencoria para aquele feito que ali estava. E ouvindo as palavras que o cunhado dizia nao querida porcina fosse capaz de tao monstruoso crime.
Via natan que forcoso lhe era encaminhar-se no seu intento de guisa que os seus parentes nunca pudessem perdoar a misteriosa dona. E chorando um muito fingido choro voltava-se para eles e dizia:
-irmaos que fazeis? Deixais impune essa malvada para que outros crimes cometa? O sangue do vosso filho clama por vinganca. Heis ali esta o machado que serviu para esta matanca. Que prova melhor quereis alem dssa? Que vos nao deixeis embair com a formosura desta mulher que vos nao quis deixar compartilhar o seu segredo.
A condessa e o conde nao queriam acreditar em quanto ouviam que impossivel lhes parecia ter aquela dona tao ruim coracao que a fizesse lhes parecia ter aquela dona tao ruim coracao que a fizesse lhes parecia ter aquela dona tao ruim coracao que a fizesse fazer tao mau feito para assim merecerem tao duro castigo.
E natan em todo esse tempo nao deixava de pedir vinganca para o sobrinho e morte para a dona misteriosa. E dizia que ele tomava a seu cargo mata-la e enterrar o corpo onde ninguem o visse.
Porcina todas esas coisas ouvia e estava como esmorcida e sem saber que dizer pois sabia que nao seria criada se dissesse a verdade. E determinou calar-se e nao dizer nada por mais que com ela insistissem.
O conde e a condessas vendo como emudecia diante das perguntas pararam mente em que nao devia ser culpada e que estava muda por ser grande a dor que sentia nao querem saber de mata-la como lhes o irmao diziao porque ser culpada quem tao bondosa antes se mostrara. E disse clitaneu contra o irmao:
-nao a matemos porem que nao sabemos se foi ela que fez este feito ou se alguem entrou na camara para este fim. Antes mandemo-la para uma ilha deserta que eu conheco e que esta dentro em o mar quarenta leguas da terra. E ali a mingua de agua e mantimentos morrera ou se nao for isso devora-la-ao as bestas-feras que muitas ali ha.
A noite daquele dia o conde chamou dois homens dos seus muito esforcados e valentes e falou-lhes desta guisa:
- meus bravos: levai convosco essa dona misteriossa que mora neste palacio e deixa-a naquela ilha deserta que sabeis. E nao a deixeis em outra parte senao naquela ilha nem a deixeis voltar convosco por nada que o destino dela e morrer naquela insula ou seja de fome ou seja tragada pelas alimarias selvagens que ali ha em grande copia. E convosco irao duas mulheres deste palacio para que seja guardada a honra que se lhe deve por ser de alta linhagem. E eu darei morte aquele que nao cumprir minha ordem como tenho dito.
E logo se meteram num pequeno barco de vela o qual logo se afastou de terra com o vento era de feicao. E depois de navegadas as quarenta leguas chegaram a dita insula e todos desembarcaram para cumprir aquela triste embaixada. E com solucos e lagrimas (que todos queriam muito a dona misteriosa) se despediram dela e se tornaram a embarcar no pequeno barco e se foram para onde tinham vindo.
E a coitada e mesqunha em se vendo so e desacompanhada naquela insula deserta se pos a chorar muito amargo e conhecendo que ali era o fim dos seus dias e sofrimentos pos em terra o joelho e fez a sua costumeira oracao. E acabando de encomendar a alma a deus quis despedir-se em pensamento do seu amado imperador a quem uma aleivosia fizera tao cruel. E falou desta guisa:
- oh meu amado esposo como te amo apesar do muito mal qeu me fizeste. E quao pouco deves lembrar-se desta misera que aqui vive os seus derradeiros nstntes de vid! Ah que eu sempre cuidei quando em casa do conde vivia de algum dia tornar a ver-te para meu bem. Agora contendo que nunca mais te varei pois breve serei devorada pelas alimarias que vivem neste ermo.
E lembrava-se do pai rei da hungria que tao gosto a havia casado com o imperador lodonio e lembrava-se do cunhado o perverso albano por causa de quem estava agora naquele desterro e o perdoava pelo mal que lhe havia feito porque ela nao alimentava odio no coracao tao bondosa era.
Nisto ouviu grande estrondo que vinha do bosque e tao espantoso era o arruido que se nao teve que nao caisse no chao esmorecida. Aquele estrondo era das alimarias selvagens que ali habitavam as quais sentindo cheiro da carne humana se chegavam para ela a fim de devora-la.
Nisto apareceu no ceu grande clarao e com ele uma figura majestosa que fez parar de susto e medo aquelas bestas-feras e estavam todas quedadas como demonios que vissem o sagrado sinal vinha em socorro daquela coitada . e vendo-a no ceu recobrou vida a imperatriz e se pos de joelhos para adorar a nossa mae celestal. Da virgem maria se chegou para onde ela estava e falou-lhe desta guisa:
- minha filha porcina fica tranquila que te nada acontecera nesta insula por mais que nela demores. Confia em mim que la do ceu te protejo pelo muito bem que fizeste e pelo bom coracao que digo porque nem as alimarias te molestarao nem passaras fome e o teu fado nesta insulada e a agua recolhe-la-as da fonte que ouves cantar de longe. E andaras por estas praias quanto te aprouver que ate as avezinhas do ceu se acostumarao com a tua presenca. E mais te digo que desta mesma que comeras faras um maravilhoso unguento com o qual dara saude a quantos a ti procurarem para esse efeito.
E em isto dizendo a figura da virgem maria desapareceu nas nuvens.

COMO PORCINA AVISTOU UM NAVIO E COMO FOI POR ELE AVISTADA

Viveu ali porcina tanto tempo quanto foi necessario para nao viver noutra parte e nao a molestavam as alimarias e ela nao passava fome porque se valia das ervas que lhe a virgem maria indicava e nao tinha sede que a agua da fonte era pura e cristalina. E estava ela um dia na praia deserta quando viu apontar ao longe um navio que passageiros e da aquipagem e espantados eles de que ali vivesse determinaram aproximar-se a ver quem era. E quando chegaram as falas antes que desembarcassem para filha-la lhe perguntaram quem era e o que fazia naquela insula deserta e cheia de alimarias selvagens e ela lhes respondeu e disse:
- senhores sabei que estou aqui por amor de um naufragio que se nestas costas deu e era que o navio em que vinhamos eu e meu marido naufragou nestas costas por ter dado num baixio e tanta era a forca do mar naquela epoca do ano (que foi isto seis meses ha) que ninguem se salvou por mais que todos se esforcassem por vencer as fortes ondas. E eu so pr milagre o que me salvou porque as almarias desta insula nao me quiserem tragar conquanto eu ande por toda a parte e as veja metida nas suas furnas. Agora vos rogo irmao que convosco me leveis que ja me pesa viveresta vida tao solitaria e propria de ermitoes.
Ficaram todos maravilhados com aquela historia e mui contentes de poder tirar de ali aquela mulher de tao formoso aspecto. E ela antes de sair para o navio colheu grandes bracadas daquela erva que lhe a virgem maria dissera ser milagrosa. E com isto se tirou para sempre daquela insula.
E naquele navio seguia viagem um poderoso senhor que voltavada de uns negocios e se dirigia para casa. E sabendo que porcina estava so e desamparada quis que ela fosse com ele para o seu castelo. Esse poderoso senhor alberto (de nome) tinha em casa sua mulher doente de umas hemorragias que nunca paravam. E ele ja havi chamado ao seu castelo todos os fisicos e mesres afamados que naquela regiao havia e nenhum deles com as suas meizinhas hvia podido fazer recolher o sangue ao seu lugar.
E tanto que porcina ali chegou e soube daquele mal pediu licenca para cura-lo e alberto nao confiava na desconhecida pois licenca para tal que bem podia ser que deus quisesse obrar milagre por meio daquela mulher tao estranhamente achada.
E porcina fez o seu unguent como lhe a virgem maria dissera e com ele untou todo o corpo da rica dona fazendo-lhes na testa sinal da cruz lhe falou e disse:
- levantai-vos que estais curada.
E ela se levantou e disse a todos que estava curada e que nada sentia. E parecia mui rija e mui leda com o que todos se maravilharam.
E perguntavam entre si:
- que mulher e edsta que de tao longe vem e tao misteriosa que sabe mister de curar doencas?
E admiraram-se da sua formusora que nao desaparecia com o muito que sofrera.
Nisto veio ali pedir esmola um cego e em o vendo a imperatriz se concedeu muito dele e quis experimentar nos olhos dele o seu unguento maravilhoso e untou-os com aquela meizinha que fizera com as ervas trazidas da insula e invocando o nome de deus fez voltar a luz aos olhos daquele cego. E ele de tao contente por ver a luz do dia nao sabia que fizesse e pondo em terra os joelhos quis beijar as maos da imperatriz e ela se subtraiu e disse contra ele:
- tirai-vos de ai que esse milagre foi deus que o obrou que ele tudo pode e eu sou uma pobre mulher que nada sei e estava numa ilha deserta. Dai gracas ao senhor deus e ao seu filho que so por graca deles posso fazer estas coisas.
E o homem chorava de contentamento e os que ali estavam cada vez se maravilharam mais.

COMO A FAMA DOS MILAGRES DA DONA ESPANTOSA CHEGOU AOS OUVIDOS DE CLIRTANEU E DE SUA MULHER

A fama daqueles milagres chegaram aos ouvidos de clitaneu e de sofia sua mulher. E eles foram muito contentes com aquelas novas porque natan que matara o sobrinho para perder a imperatriz ficara gafo desde aquela misteriosa dona havia de curar natan do mal que o consumia e os fisicos daquela regiao nada podiam fazer em favor dele que ja fedia muito pelas feridas que havia em o corpo todo.
E eles determinaram de o levar consigo ao castelo de alberto que era parente de clitaneu e puseram natan numas andas o mandaram conduzir pelos criados e clitaneu tambem ia na comitiva com sua mulher.
E em la chegando foram muito bem recebidos de alberto que os aposentou muito bem aposentados nas reais camaras do castelo pois era noite alta.
E logo na manha seguinte se foram todos a camara da imperatriz e sem o conhecer (que assim quis deus que a nao conhecessem) deram conta do que ali trazia. E ela para logo os conheceu todos porem nenhuma coisa disse que a denunciasse. E eles estavam muito pesarosos com o que podia acontecer e paravam mente no que haviam de fazer se a dona espantosa nao quisesse usar o seu poder em natan. E ela disse contra eles:
- senhores quero ver o gafo.
E eles a levaram consigo para onde estava o gafo e ele fedia tanto que homem nao podia entrar na camara sem sentir nauseas.
A imperatriz que parecia nenhuma coisa sentir daqueles cheiros se foi direita ao leito onde natan estva e reconhecendo-o que outro nao era senao o que tanto mal lhe fizera lhe flou assim:
- irmao deus vos salve e a vossa alma que ele tudo pode. Eu sou uma pobre mulher que nada sabe e que so faz o que ele determina. Quereis pois ser sao como dantes ereis?
E ele respondeu e disse:
-poderosa senhora sei quao grande e o vosso poder que ja ouvi falar dos belos feitos que fizestes. Outra coisa nao quero que receber a vossa bencao que com ela me vira a saude.
E ela disse contra ele:
-irmao e preciso que confesseis todos os vossos pecados por grande que sejam e deveis dize-los todos em voz alta para que e vontade do ceu.
E ele como desejasse mui sofregamente a saude se pos mui trigosamente a confessar em altas vozes todos os seus pecados e todos disse menos aquele da morte do sobrinho e da perdicao da imperatriz. E ela que mais que ninguem conhecia aquele negocio falou-lhe desta guisa:
-se vos nao confessais tudo nao vos posso salvar que assim me ordena o altissimo.
E ele respondeu e disse:
- senhora ja tudo confessei ate aqui. Podeis pois curar-me que nenhuma outra coisa nao tenho para confessar.
E ela conhecendo-lhe o animo danado disse:
-nao me queirais enganar. Que sei de um grande pecado que haveis cometido e que nao quereis confessar. Lembrai-vos daquela a quem perdestes so com acusa-la de mal que nao tenha feito. E se este pecado nao confessardes nao vos poderei curar.
Quando isto ouviu soltou natan grandes gemidos e tudo se resolveu no leito como quem a alma se lhe saia. E nao podia olhar a misteriosa dona de medroso que estava de quem tanto sabia de sua vida.
E clitaneu em aquelas coisas vendo voltou-se e disse contra o irmao:
E clitaneu em aquelas coisas vendo voltou-se e disse contra o irmao:
-que pecado e este que tens na consciencia tao grande que nao podes confessar? Se de feito queres cobrar saude de quem a tem para dar confessa? Se de feito queres cobrar saude de quem a tem para dar confessar? Se de feito queres cobrar saude de quem a tem para dar confessa logo este crime que nao pode ser tao grave que deus o nao perdoe.
E ele respondeu e disse:
- irmao nao posso se me antes nao perdoardes tu e a tua mulher.
E clitaneu que queria ver o irmao guarecido tostemente lhe disse que o perdoava os pecados que ele houvera cometido. E sofia tambem disse que o perdoava.
Natan quando isto ouviu se pos a fazer o reconto de tudo quanto passara em aquela noite em palacio e nenhuma coisa escondeu de tudo aquilo de guisa que todos souberam como aquele feito se fizera.
E quando aquelas coisas ouviu a condessa caiu no chao esmorecida e fcou como morta. Outrossim o conde nao sabia que fizesse diante daqeule caso tao estranho.
E a condessa quando recebeu vida por amor da muita agua que lhe em seu rosto deitaram voltou-se para o cunhado e falhou-lhe desta gusa:
-oh alma perfida e mesquinha! Quem cuidara que em teu coracao tredo se escondesse tamanha vilania? Que peconha te alimentou em vez de leite para que assim houvesses garra de tigre e boca de serpente? Por que nao te filhou o demonio para os abismos infernais quando assim te viu tao a seu servico? Ah que torto te fez o meu filho inocente para que assim o matasse como a besta-fera? E minha querida porcina por que a perdestes que ja nao hoje existe morta de fome naquela insula deserta? Ah tredo que te perdoei antes quando de nada sabia!
Ouvia porcina todas aquelas palavras e comecavam de falar com sofia para consola-la daquele grande padecimento em que ela estava. Porem sofia nao parecia ouvir nada daquilo que lhe porcina dizia e porcina sofia nao parecia ouvir nada daquilo que lhe porcina dizia e porcina vendo que nada servia falar-lhe daquela guisa dterminou descobrir aos outros quem ela era de logo descobriu que era todos a conheceram e comecaram a lembrar-se das feicoes dela e estavam todos mui contentes com aquele caso tao espantoso e davam gracas a deus por lhes assim ter enviado a sua queda porcina e todos a abracaram e beijaram menos o gafo que ainda estava no leito cheirando mal.
Pediu porcina a clitaneu e a sofia que perdoassem o gafo pois ele ja muito sofrera com aqeula gafeira e eles nao queriam que grande lhes parecia aquele maleficio para que assim fosse perdoado. Porem ela rogou que eles perdoaram. E porcina se pos a untar o corpo de natan com aquele unguento feito das ervas que trouxera da unsula deserta e logo invocando o nome de jesus cristo o tornou sao e mais esforcado do que soia ser antes de lhe no corpo entrar aqeula gafeira e ele se tirou do castelo e se foi fazer penitencia em um ermo que perto de ali havia.
E os que ali estavam nao paravam de fazer honrarias a porcina e de louvar-lhe a virtude e ela respondia a eles e dizia:
- irmao eu nao sou digna. Sou uma triste mulher que andava perdida numa insula deserta de alimarias. E se estas coisas faco e porque meu deus ordena e so ele tem forca e poderio para faze-las.
A fama daqueles feitos corria mundo na boca do vento. Que todos os que tinham doenca e ouviam falar daqeula dona espantosa e dos feitos que ela fazia iam em sua busca para que os curasse. E ela os fazia saos e mais esforcados que antes soiam ser.

COMO O IMPERADOR OUVIU FALAR DOS MILAGRES DA DONA EPANTOSA E COMO DESEJOU QUE ELA VIESSE A PALACIO

E aconteceu que o mperador de roma tambem ouviu contar essas coisas como se passavam naquele castelo de alberto e ele foi muito contente por isso que ele tinha o seu irmao em mui grave estado doente de gafeira o qual ja muito fedia em todas as partes do corpo ainda mais que natan quando tambem era gafo. E ele como imperador que era nao se podia tirar de ali fizesse o milagre de faze-lo sao e mais esforcado que dantes soia ser. E a um duque da sua muita confianca ordenou que se fosse aquelas partes aonde o castelo e que de la trouxesse a dona espantosa que lhe curasse o irmao e o duque assim fez que era muito amigo do imperador a dar-lhes a ordem do imperador que viesse curar albano daquela gafeira.
E em la chegando foi mui bem recebido de alberto e perguntando onde estava aquela dona espantosa lhe disseram que na camara. E fazendo-a o conde chamar veio ela muito contente de poder fazer outro feito caridoso e em vendo-a o duque muito se espantava da sua formosura e se lembrava de a ter visto em outra parte como se a tivera visto em sonhos mas nao sabia onde era. E de nao pensava que fosse a imperatriz que tinha morrido tanto tempo havia. E sem mais doenca lhe deu conta da embaixada que lhe o imperador confiara e disse:
- mui nobre e poderosa senhora: sabei que venho da parte do imperador que roga e pede que venhais comigo ao seu palacio dele onde tem seu irmao mui gafo de gafeira que ele nao sabe de onde lhe veio e ja cheira mal e nao ha fisico nem sabio que o possa ja salvar e vos pede que vos deu deus e que se vos o fizerdes sao como dantes soia ser que vos fara mui grande senhoria como bem merecia e e de justica.
Ficou porcina mui contente de aquelas palavras ouvir e determinou de se partir naquele mesmo instante para o palacio do imperador.
Outrossim todos os que ali estavam houveram por bem ir na comitiva de porcina para a grande cidade de roma que de muito desejavam de conhecer como coisa digna de ser conhecida. Assim que iam na comitiva porcina e o duque e citaneu e sofia e alberto e sua mulher. E com tamanha freima iam que logo ao outro dia chegaram a cidade de roma e se foram para o palacio do imperador. E tanto era o povo que ia atras daqeula comitiva por saberem que ali e a dona espantosa que mais parecia um grave caso que se passava. E todos queriam ver a dona espantosa e beijar-lhe as maos.

COMO O IMPERADOR VIU A DONA ESPANTOSA E NAO A RECONHECEU COMO ESPOSA E O MAIS QUE ENTAO SE PASSOU

Em chegando aos pacos imperiais foram recebidos com grande honra pelo imperador que muito contente ficava de ali ver a poderosa mulher que lhe ia salvar o irmao. E em querendo ela beijar-lhe a mao que era imperador nao lhe consentu ele e porque trazia ela o rosto coberto com um veu a guisa das mulheres de mafoma nao lhe pode ele ver o rosto exceto os olhos porem os nao reconheceu. E ela o estava endo claramente visto e nao presumia que a vista a enganava e ele sentia no coracao um grande sobressalto como se esperasse ver fazer-se ali um grande feito. E ela antes de se irem para a camara onde o gafo jazia disse contra o imperador:
O alto e poderoso senhor a quem obedecem todos quantos na terra vivem eu sou a mais humildosa de todas as vossas servas e aqui venho para em nome do senhor curar o vosso irmao que tao grandes males sofre. E agora vos rogo e peco que me leveis a camara onde jaz vosso irmao.
Muito contente ficou o imperador com aquelas palavras que via serem de mulher humildosa e temente a deus. E de ali foram todos para os aposentos de albano.
Muitos cheiros ali postos em toda a camara de guisa que se nao sentisse o fetido que do corpo do gafo se saia e com isso nao deixava o fetido de sentir-se tao forte era.
E todos entraram na camara para ver o fazimento daquele feito. O gafo estava esmorecido como se morto estivesse e tantos eram os seus padecimentos que era como se lhe a alma saisse do corpo e a imperatriz o saudou com bons artes e ele animou como quem reconhece que ali estava a salvacao. E ela disse contra ele:
- senhor e dee mister confesseis todos dos vosso pecados aqui diante de toda esta comitiva de guisa que nenhuma malfeitoria se escondia e se um so maleficio ficar por dizer nao poderei salvar-vos que esta e a vontade do ceu.
E albano quando estas coisas ouviu ficou muito espantado e medroso que bem sabia que nada podia confessar daquela coisa que fizera. E respondeu e disse:
-senhora nao e desta guisa que homem se confessa mandai antes buscar um ermitao que aqui perto num ermo vive e a ele confessarei todos os meus pecados que nao a outro pois esta e a lei de deus.
Entao disse a dona espantosa:
- senhor de nada serve a minha vinda aqui se nao quereis confessar os vossos pecados aqui diante de toda esta companhia.
Assim que se nao quereis fazer como cumpre me deixeis voltar asinha para minha casa.
E o imperador em ewstas coisas ouvindo se voltou para o irmao e falou-lhe desta guisa:
- irmao que afincamento e este. Quem te agora salvar grande milagre faz que mais morto es que vivo e sinto que se aqui nao estivesse esta dona espantosa ja estaria entregue aos vermes da terra.
Que se te da agora de cofessares os teus pecados e de outra guisa seras morto? Nao te afinque mais e antes confessa quanto fizeste.
E albano lhe respondeu e disse:
-irmao mil pecados te perdoarei para que vivas. Por que temes? Acaso nao sou teu irmao?
E albano determinou confessar todos os seus pecados e confessou todos ate aquele da perdicao da imperatriz e nenhuma coisa ficou que nao dissesse de toda aquela malfeitoria.
E o imperador em ouvindo estas coisas comecou de laentar-se e disse:
- senhor jesus cristo salvai esta alma danada. Que eu nunca pude pensar que ele tivesse o coracao tredo. E me confiei dele e fiz o que ele dizia e agora vejo quao mal-aventurado fui em crer naquelas tramoias. Minha doce companheira a quem eu tanto amava que te perdi e me perdi a mim! Sei certo que me espera o inferno de tanto maleficio que causei sem saber. Por que me nao matou deus nesta peregrinacao que fiz aos lugares santos antes que me deixar fazer tao ruim feito?
E arrepelava-se e arrancava os cabelos da barba e da cabeca e tanto que assim estava o seu corpo comecou de tremer e ele com grande abalo se deixou cair no chao e ali ficou esmorecido como morto.
Os fisicos do paco acudiram logo com as suas meizinhas e se trabalharam quanto em eles havia de o fazerem recobrar alento e tanto que ele a si tornou com todos aqueles trabalhos a imperatriz nao se teve que nao se descobrisse. E voltando-se para ele falou-lhe desta guisa:
- senhor nao vos deixei vencer pelo desgosto que aqui esta quem foi a causa de toda essa desgraca. Sou do grande rei da hungria a filha muito amada a quem mandaste matar por desvairanca. E me que vivesse e voltasse a este covivi.
E em isto dizendo pos em terra os joelhos e lhe quis beijar as maos e o imperador nao consentia tal e antes queria ele beijar-lhes as suas porque entao a conheceu como porcina que era.
E tais coisas diziam um para outro e tantas e tao copiosas lagrimas derramavam que nao pode homem contar o que ali passou.
Clitaneu e sofia em aquelas coisas vendo tao espantosas nao pelo mal que lhe eles fizeram mandando-a para uma insula deserta e porem se deixaram cair em joelhos em volta dela e lhe pediam perdao daquele mal que haviam feito.
E porcina os perdoou ambos os dois que viu que nao tinham culpa daquele caso horrendo porem antes assim fizeram por amor de natan. E contou a lodonoi como a eles devia a vida e a honra.
Em isto ouvindo o imperador foi mui ledo e disse a clitaneu que lhe pagaria aquele feito com faze-lo grande senhor.
E porcina tomou sofia como sua camareira-mor pelo muito que lhe a ela queria.
E o imperador logo determinopu mandar queimar vivo a seu irmao gafo como estava. E dizia que mais nao fazia por vingar-se porque nao sabia de morte mais cruel que aquela pois muito mais merecia quem tao tredo fora.
A imperatriz porcina em isto ouvindo pos em terra os joelhos e rogou que lhe a ele nao quisesse fazer mal pois ja muito sofrera ele que morresse daqeula gafeira ela se foi cotra o gafo e o untou com invocando o nome deus e da virgem maria o fez ser sao como dantes soia ser e mais esforcado. E viu o imperador quao grande era a virtude de sua mulher e mui ledo ficou porem.
Albano fez muitas e mui grandes penitencias para libertar-se do peso daquele horrendo pecado que ele muito arrependido estava de todo o mal que fizera.
O imperador nao deixou nunca de praticar as boas accoes que dantes praticava e muitas esmolas dava e muitos beneficios fazia em nome de deus e da virgem.
E porcina estava sempre curando de seus pobres e dando-lhes grandes esmolas que ela grande coracao havia.
E todos de ai em diante foram venturosos que os protegia deus e o povo todo os amava e queria.
E assim acaba a estoria desta grande imperatriz que muito sofreu para depois ser ditosa.


NOS TODOS MORREREMOS UM DIA DIZ A BIBLIA

Lembremo-nos sempre de que vamos todos morrer.
Diz a biblia:”es po e ao po reverteras”. Isto significa noutras palavras que nao valemos nada que nao somos nada que somos poeira que o vento leva.
Os antigos punham num quadro a figura de um esqueleto e por baixo da figura as seguibnes palavras:”fuit quod es eris quod um”. Em latim quer dizer:”eu fui o que tu es tu seras o que eu sou”.
“fui o que tu es” porque o squeleto quando vivo teve carne sangue nervos e musculos e estava animado pelo sopro da vida tal como qualquer um de nos.”tu seras o que eu sou” porque todos nos poderemos o soproda vida os musculos os nervos o sangue e tambem a carne.
Um dos escritores antigos pergunta num dos seus livros:”o que e a formosura senao uma caveira bem vestida?” e ele mesmo responde que de facto se tirarmos as carnes da mais bela mulher ela se tornara caveira igual as outras caveiras tao desagradavel de ver-se como qualquer uma. Se entre esta caveira da mulher bela e a caveira da mais feia das mulheres nao houver distncao e porque sao iguis.
Por ocasiao de umas escavacoes que se fizeram no lugar onde outrora exitira uma grande cidade foi descoberto um cemiterio. Cavou-se ali durante algum tempo e surgiram sempre mais ossadas e fragmentos de ossos. E embora se soubesse que havia tambem ossadas dos reis daquela antiga cidade nao foi possivel distinguir qual daqueles ossos pertencera aos reis: os ossos eram todos parcidissimos entre si e nem os mais sabios arqueologos da expedicao foram capazes de saber qual a caveira do rei e qual a caveira do ultimo dos escravos. Tudo era po e havia voltado a ser.
Muita gente se esquece disso e vive cheia de orgulho e preconceito. Nha em torno de nos muitos exemplos de pessoas orgulhosos mas vamos narrar apenas dois casos para ilustrar a nossa teve.
Um rapaz ainda novo trabalhava de amanuense num grande banco. Durante uns oito anos preencheu fichas dactilografou cartas que um amanuense execute num escritorio duma grande firma. A noite ele frequentava a escola de direito a fim de tornar-se advogado. Nao era aluno brilhante recorrendo sempre a fraudes para conseguir aprovacao nos exames escritos porem nao se podia dizer que fosse dos piores.
Quando finalmente recebeu o diploma de bacharel casou com a filha dum dos director conseguiu ser nomeado advogado do mesmo banco. Pois bem: dai por diante passou a mostrar uma cara solene o seu modo de andar ficou mais solene ainda e aos antigos companheiros ele os c8umprimentava como se lhe fizesse um favor. E sempre que poda os evitava e fingia que os nao via para nao falar-lhes. Ele nao era grande advogado nem ficou rico pelo facto de demais empregados que continuavam a ser amanuenses como ele tinha sido. Mesmo porem que fosse rico e famoso para que servia tanto orgulho? Como homem como ser humano ele nao era melhor do que ninguem. E quando morrer os ossos dele serao iguais aos ossos de todos aqueles idividuos que ele desprezou. Assim e a vaidade humana.
O outro caso e o de um sujeito que a forca de bajular patroes na empresa em que trabalhava chegou a ser chefe do gabinete dum dos directores. Bastou isto para que ele nao cumprimentasse os demais funcionarios falava tao so com os que estavam acima dele na hierarquia. Depois de muita bajulacao e de muita curvatura de espiha dorsal conseguiu outro posto de relevo e juntou algum dinheiro. Considerava-se rico e desprezava os que nao tivessem tanto dinheiro quanto ele. Era rico no fisico mas pobre no espirito: nao via que o corpo teria de voltar a ser po e que so o espirito pode ser cultivado.
Ha muitos outros exemplos de tipos mesquinhos como estes dois. O mundo esta sobrecarregado deles. Morrerao porem. E nascerao outros para substitui-los. Mas o fim de todos e sempre o mesmo: vem a morte e os leva para que prestem contas do que aqui tiveram.

BUDA E O BARQUEIRO

o buda viajava um dia acompanhado de dois dos seus discipulos quando viram um veneravel anciao que atravessava o rio e vinha lentamente na sua direccao caminhando sobre as aguas.
olharam para ele por um instante e um dos discipulos exclamou:
-oh mestre. ve como aquilo e maravilhoso!
o buda nao respondeu.
-maravilhoso? – disse o segundo discipulo. – nao ves que tudo aquilo nao tem sentido? e uma prova de verdadeira sabedoria? nao! na minha opiniao nao vale nada!
depois voltou-se para o buda esperando a sua aprovacao.
-estas errado – disse o buda - , aquilo vale qualquer coisa…
-mas mestre…
-se paciente. um dia dir-te-ei o preco exacto daquilo que consideras sem valor.
o segundo discipulo baixou a cabeca. o companheiro triunfava:
-eu nao tinha dito que aquilo era um prodigio?
o buda nao respondeu.
a poucas leguas dali tiveram necessidade de atravessaar o rio para irem a uma aldeia onde eram esperados. o buda avancou ate a cabana de um barqueiro e quando este pareceu perguntou-lhe:
-podes levar-nos ate a outra margem?
o barqueiro mandou subir os tres homens para a sua jangada e atravessaram o rio.
quando chegou a outra margem o buda aproximou-se do barqueiro e perguntou-lhe qual era o preco do seu servico:
-tres rupias – respondeu o barqueiro.
o buda pagou ao homem e deu alguns passos na direccao da aldeia. subitamente deteve-se voltou-se para o segundo discipulo e estendeu o braco na direccao do rio.
-continuas a nao fazer ideia do que pode valer a «proeza» do velho? – perguntou.
-nao mestre.
o buda fez um sorriso depois disse:
-tambem eu o ignorava antes de ter encontrado o barqueiro. agora sei: vale tres rupias.

O PESCADOR E PEIXE

um pescador apanhou um dia um peixe magnifico. preparava-se para o meter no seu saco quando ouviu o peixe implorar:
-se bom. deita-me de novo a agua… se fizeres isso realizarei todos os teus desejos.
o pescador era pobre. priumeiro pensou que seria ridiculo lancar a agua uma tao bela presa. todavia apos uym momento de reflexao devolveu a liberdade ao animal.
-o prometido e devido – disse o peixe. – que desejas de mim?
-que a minha casa seja agradavel e quente – respondeu o pescador.
-la por isso nao seja a duvida – disse o peixe. – volta para casa.
e o pescador voltou para casa. era ainda mais agradavel do que sonhara. a mulher esperava-o. ele contou-lhe a historia que acabara de viver.
- es verdadeiramente estupido – disse4 a mulher. – nao terias podido pedir um castelo?
-nao pensei nisso – disse o pescador.
e voltou ao rio chamou o peixe que saiu imediatamente da agua.
-a minha mulher preferiria um castelo – disse o pescador um pouco embaracado.
-que nao seja essa a duvida – disse o peixe. – volta para cassa…
o castelo la estava. o castelao e a castela viveram alguns anos de uma felicidade perfeita. depois a mulher do pescador aborreceu-se. o seu castelo era triste precisava de festas precisava de uma corte… precisava de ser rainha!
entao o pescador regressou ao rio.
-a minha mulher gostaria de ser rainha – disse ele ao peixe.
-que nao seja essa a duvida – disse o peixe. – volta para casa.
o rei e a rainha tiveram uma corte magnifica. eram sem duvida os mais poderosos monarcas do mundo. todavia no meio das riquezas e das festas a rainha comecava a aborrecer-se pensando que havia em roma quem fosse mais poderoso que eles. e verdade! o papa possuia poderes de que eles. e verdade! o papa possuia poderes de que eles nunca gozariam…
entao uma manha o rei voltou ao rio onde vinha pescar no tempo em que era pobre. o peixe parecia espera-lo.
-e terrivel – disse o rei – a minha mulher deseja ser a pessoa mais poderosa da terra. gostaria…
-de que? – perguntou o peixe.
-gostaria de ser papisa – respondeu o pescador com um suspiro.
-que nao seja essa a duvida – disse o peixe. – volta para casa.
tornada papisa a mulher do pescador reinava sobre o espiritual e o temporal. o seu desejo estava finalmente cumprido. mas so durou uns tempos. restava-lhe uma fase uma única a passar antes de atingir a felicidade suprema… talvez o peixe pudesse…
entao o pescador retomou o caminho que levava a asua antiga casa. foi ate a beira do rio. chamou o peixe.
-que queres? – perguntou o peixe.
-um voto… um ultimo desejo… a minha mulher gostaria de ser…
-o que? – perguntou o peixe.
-deus – murmurou o pescador.
-volta para casa – disse o peixe.
o pescador partiu. a poucas centenas de metros dali a mulher esperava-o a porta da sua velha casa. chorosa mal vestida como no tempo da sua miseria.

A TENTACAO DE JESUS

jesus imbuido do espirito santo regressou do jordao e foi levado pelo espirito santo regressou do jordao e foi levado pelo espirito atraves do deserto durante quarenta dias tentado pelo diabo. nada comeu nesses dias e quando passaram teve fome. o diabo disse-lhe: «se es o filho de deus diz a essa pedra que se transforme em pao» […] levando-o mais acima o diabo mostrou-lhe num instante todos os reinos do universo e disse-lhe:«dar-te-ei todo este poder e a gloria daqueles reinos porque me foi entregue e dou-a a quem quiser. portanto a ti se te prosternares na minha frente pertencer-te-a toda»[…] mas jesus respondeu-lhe:«foi dito: nao tentaras o senhor teu deus.» tendo esgotado todas as tentacoes o diabo afastou-se dele…

tres indicacoes dissemos. tres questoes. tres faces da magia.
em primeiro lugar a do anciao cuja «proeza» parece um pouco ridicula ao buda: a verdadeira sabedoria manifesta-se no milagre ou no interior do proprio homem? a da mulher do pescador. em seguida que se perde na sua loucura do ter e do poder.
no texto evangelico finalmente. ai jesus despreza as solicitacoes do ego personificado pelo diabo: ser-lhe-ia possivel transformar as pedras em pao sabe que e capaz de passar a ser senhor dos «reinos da terra? mas sabe igualmente que isso se faria em proveito da parte menos «criadora» ele proprio que a vida esta algures e recusou esse jogo viciado conseguindo talvez ai atingir o acto magico por excelencia: a alianca com o todo a verdadeira divindade.
poder-se-iam multiplicar os exemplos atraves do velho fundo lendario e dos textos religiosos: a magia o acto magico a atitude magica tem sempre qualquer coisa a ver com o «poder». sob determinados aspectos pode aparecer como o veiculo por excelencia do poder. veremos que a serviu frequentemente (negra ou branca!) a vontade de dominar de alguns.
magia de ter e magia de ser! eis o cerne da questao. mas voltaremos a isso.
permitam-nos contudo antes de encerrar este preambulo citar esta frase de collin wilson:«seculo XX a palavra poder tornou-se suspeita porque se identificou com poderes sobre os outros. mas esta e a menos importante das suas aplicacoes. um dos mitos da magia representa o magico em busca do poder politico recebendo um certo numero de advertencias e perdendo finalmente a vida se nao as teve em conta. o poder politico reforca o eu…»
o verdadeiro poder magico deveria surgir de uma vontade liberta de qualquer egocentrismo… pensa-se aqui na maravilhosa frase de bertrand russell «devo antes de morrer descobrir o meio de dizer o meio de dizer a coisa essencial que esta em mim que ainda nunca disse – uma coisa que nao e nem o amor nem o odio nem a piedade nem o desprezo mas o proprio soproda vida ardente e oriundo de longe e que da a existencia humana a imensa e temivel forca das coisas nao humanas.»
um sopro que se reconhece que vive no ultimo verso do ultimo canto da divina comedia «l’amor che muove il sole e l’altre stelle…» o amor que permite o movimento do sol e das estrelas… se a magia nao esta contida neste sopro nada e.

DEFINICOES… UMA HISTORIA

mesmo se durante seculos e no conjunto das civilizacoes onde as praticas magicas apresentam uma constancia extraordinaria e notavel e dificil se nao impossivel encerra-la numa definicao. eis todavia algumas abordagens que outro interesse nao tem a nao ser voltar a colocar a magia no seu contexto «cultural» ou seja na imagem que os homens fazem dela numa epoca dada. para eliphas levi ela e: «a ciencia tradicional do segredo danatureza que no vem dos magos […] por meio desta ciencia o adepto encontra-se investido de uma espece de poder total relativo e pode agir sobre-humanamente ou seja de uma maneira que ultrapassa a parte comum dos homens.»
para eugene canseliet alquimista contemporaneo: «a magia e antes de tudo a arte divina que consiste em tomar contacto com a alma universal e por meio dela em dominar as forcas espirituais invisiveis tanto no espaco como na substancia.»
finalmente para louis chochod historiador « a magia e antes de tudo a arte divina que consiste em tomar contacto com a alma universal e por meio dela em dominar as forcas espirituais invisiveis tanto no espaco como na substancia.»
finalmente para louis chochod historiador:«a magia e uma arte especial baseada na existencia das forcas naturais pouco ou mal conhecidas e vulgarmente subtraidas ao poder do homem. conhecer estas forcas canaliza-las orienta-las e em certa medida utiiza-las e o objecto da arte magica. no que diz respeito ao seu metodo nao difere do que se aplica nos laboratorios modernos a nao ser pelas gesticulacoes a que da lugar. inspira-se nos mesmos principios.»
arte poder accao e dominacao… e como aparece muito frequentemente o acto magico. seja para o «bom» ou para o «mau» motivo tem de se fazer passar «o outro» pelo filtyro da sua propria vontade. o outro e o que existe. o que vive. o que e.

A EVOCACAO DOS MORTOS OU O «ENCONTRO» DE 24 DE JULHO DE 1854

«tudo estava terminado a 24 de julho tratava-se de evocar o fantasma do divino apolonio e de o interrogar sobre dois segredos: um que dizia respeito a mim proprio o outro que interessava a essa dama. de inicio ela tinha contado assistir a evocacao com uma pessoa de confianca mas no ultimo momento essa pessoa de confianca mas no ultimo momento essa pessoa de confianca mas no ultimo momento essa pessoa teve medo e como o ternario ou a unidade e rigorosamente exigida para os ritos magicos fui deixado so. o gabinete preparado para a evocacao estava arranjado numa torrinha: tinham-se ai disposto quatro espelhos concavos uma especie de altar cujo tampo de marmore branco estava rodeado por uma corrente de ferro magnetizado. sobre o marmore branco estava tracado em diversas cores sobre uma pele de cordeiro branca e nova que estava cores sobre uma pele de cordeiro branca e nova que estava estendida debaixo do altar. no centro da mesa de marmore havia uma pequena escalfeta de cobre com carvao demadeira de amieiro e de loureiro uma outra escalfeta estava colocada na minha frente sobre um tripe. eu vestia uma toga branca muito semelhanter as togas dos nossos padres catolicos mas mais ampla e mais comprida e tinha na cabeca uma coroa de folhas de verbena etrelacadas numa corrente de ouro. numa mao segurava uma espada nova e na outra o ritual. acendi os dois lumes com as substancias requeridas e preparadas e comecei em voz baixa em primeiro lugar depois elevando a voz gradualmente as invocacoes do ritual. o fumo estendeu-se a chama fez vacilar todos os objectos que iluminava e depois apagou-se. o fumo elevava-se branco e direito sobre o altar de marmore pareceu-me sentir um tremor de terra tinha zumbidos nos ouvidos e o coracao batia com forca. coloquei alguns ramos e perfumes nas escalfetas e quando a chama se elevou vi distintamente em frente do altar uma figura de homem maior que o natural que se decompunha e apagava.
»recomecei as evocacoes e fui colocar-me dentro de um circulo que tracara antes entre o altar e o tripe vi entao iluminar-se pouco a pouco o fundo do espelho que estava em frente de mim atras do altar e uma forma azulada desenhou-se ai crescente e parecendo aproximar-se pouco a pouco. chamei tres vezes apolonio fechando os olhos e quando os voltei a abrir um homem estava na minha frente todo envolto numa especie de ortalha que me pareceu ser mais cinzenta que branca a sua figura era magra triste e sem barba o que nao coincidia precisamente triste e sem barba o que nao coincidia precisamente com a ideia que eu fazia ao principio de apolonio. experiemntei uma sensacao de frio extraordinaria e quando abri a boca para interpelar o fantasma foi-me impossivel articular o seu nome pus entao a mao sobre o signo do pentagrama e dirigi para ele a ponta da espada ordenando-lhe mentalmente por meio deste signo que nao me amedrontasse e me obedecesse. entao a forma tornou-se mais confusa e desapareceu de repente. ordenei-lhe que repro e tendo-me qualquer coisa tocado na mao que segurava a espada fiquei imediatamente com o braco entorpecido ate ao ombro. julguei compreender que esta espada ofendia o espirito e espetei a ponta dentro do circulo junto de mim. a figura humana reapareceu imediatamente mas senti um enfranquecimento tao grande nos meus membros e um tao rapido desfalecimento apoderar-se de mim que dei dois passos para me sentar. assim que me sentei cai num adormecimento profundo e acompanhado de sonhos dos quais so me restou quando voltei a mim uma lembranca confusa e vaga. tive durante varios dias o braco entorpecidoe dorido. a figura nao me falara mas pareceu-me que as perguntas que tinha para lhe fazer se tinham resolvido por si so no meu espirito. a da dama uma voz interior respondia em mim: morto (tratava-se de um homem de quem ela queria saber noticias!) quanto a mim queria saber se a aproximacao e o perdao seriam possiveis entre duas pessoas em quem pensava e o mesmo eco interior respondia impiedosamente: mortas!
»conto aqui os factos tal como se passaram nao os imponho a fe de ninguem. o efeito desta experiencia em mim foi algo de inexplicavel. já nao era o mesmo homem qualquer coisa de um outro mundo passara em mim: já nao era pela morte sem ser contudo de modo algum tentado a recorrer ao suicidio. analisava cuidadosamente o que sentira e apesar de uma repugnancia nervosa muito vivamente sentida repeti duas vezes e com um intervalo de poucos dias a mesma prova. o relato dos fenomenos que se produziram diferia pouco deste para que devesse acrescenta-lo a esta narracao já talvez um pouco longa. mas o resultado dessas duas outras evocacoes foi para mim a revelacao de dois segredos cabalisticos que poderiam se fossem conhecidos de toda a gente mudar em pouco tempo as bases e as leis de toda a sociedade.»

O PACTO DE SALOMAO E LUCIFER

“eu me entrego em corpo alma e vida a lucifer satanas barrabas e a todos os senhores poderosos possuidores da magia preta senhores de todo o mundo corporal e spiritual senhor de todos os senhores.
“eu me entrego a belzebu e a todos os seus aliados para que dentro de vinte e quatro horas me sejam entregues todos os poderes da magia. E debaixo desta condicao desde ja deixo de ser cristao dos que se dizem filhos de cristo.
Portanto de hoje em diante pertencerei ao espirito da sabedoria que e lucifer chefe de todos os espiritos e de todos os segredos da amgia e a ele me entrego em corpo e alma perpetuamente.”
Neste momento ouviu uma voz dizer:
- “eis aqui a magia negra”.
Era lucifer que naquele momento chegou com uma legiao de seus aliados e se apossou de salomao.
Um trovao se ouviu que fez estremecer toda a superficie da terra.
Salomao corporal passados tres dias.
Diz salomao no seu livro claviculas:”estive tres dias no inferno onde nao havia senao choros e ranger de dentes era mais que medonho. Porem era para mim um prazer presenciar todos aqueles sofrimentos.
Ja de mim se tinha ausentado o temor a deus e sua divina graca ja me tinha abandonado para me deixar precipitar nos abismos quando ate enfim satanas se apoderasse de mim.
Logo que ali chegaram deixaram salomao e nao lhe tornaram mais a aparecer durante alguns anos.
Salomao trnasformou-se em um vaso de inquidade – tornou-se um ente maldito que com a sua arte magica praticava crimes desatinos e loucuras que faziam tremer as proprias aves do ceu.
Ele nao so perseguiu as castas donzelas como todos aqueles que nao seguiam a sua estupenda magia!
Quando se lhe apresentava algum servo de deus e o aconselhava a pedir a deus perdao pelas suas inquidades ele nao os desprezava como se valia das suas presas para os ofender corporalmente ate que enfim ninguem ousava falar-lhe na providencia divina.
Havia na cidade de rocanforte apenas uma donzela que se atrevia a falar-lhe e a invocar o deus poderoso. Porem o infeliz endurecido como estava por parte de satanas nao lhe dava credito algum ate que um dia lhe disse salomao.
- “tu que tanto te jactas de pertencer a jesus cristo que provas me das de grandeza e poder maior que o meu?”
Raquel que sabia alguma magia branca disse a salomao que estav apronta a lhe mostrar que sabia tanto ou mais que ele dando-lhe provas.
- oh! – disse salomao – sera possivel?
- e possivel sim – disse a donzela.
- pois bem eu te faco saber qual o poder da magia.
Entao salomao bateu com o pe no chao e a terra tremeu.
Entao salomao murmurou estas palavras:
“ – lucifer principe de todas as legioes dos demonios eu vos conjuro em nome do pacto que fizemos para que sem apelacao nem agravo no corpo e no espirito desta donzela facas cair raios do ceu a terra fazendo invisivel tanto a mim como a sta donzela e levando-nos as mais longinquas regioes do universo!”
Escureceram-se os astros e caiu chuva com tanta abundancia que parecia um diluvio universal. A terra abria grandes bocas e lancava “magnetismo” logo se magnetizou bebendo tres gotas da “agua magnetica” que sempre trazia com ela sem que satanas percebesse.
Passados tres minutos quando salomao se achava nas mais altas regioes espantou-se quando nao encontrou junto de si aquela que ele julgava levar na sua companhia.
- oh! Fui traido. Talvez... quem sabe?... por lucifer! Onde esta raquel? Porventura havera outra magia mais poderosa que aminha? Conjuro-te “magia preta” para que me leves aonde esta raquel.
Grande trovao se ouviu naquele momento que ate o proprio salomao tremeu.
- pensei diz ele no seu livro das claviculas de salomao que o diabo me traiu. Porem no mesmo instante achei-me junto aquela casta donzela. Oh! Qual nao foi o meu espanto quando a encontrei no mesmo lugar onde a tinha deixado.
- com que te defendeste de mim raquel? – lhe perguntei.
-com a minha “magia branca” – respondeu a donzela.
- qual e a magia branca?
- o “segredo do magnetismo” com o qual eu te nao temo nem aos teus aliados. Ah! Salomao salomao que tao iludido andas com a maldita “magia preta” que nao se obtem sem fazer pacto com esses malditos demonios!...
“saberas salomao que nao temo porque estou aliada com o senhor dos senhores que e jesus cristo e saberas mais que a “magia branca” nao e senao o “segredo do magnetismo” segredo que eu aprendi sem ofender aquele deus onipotente criador de tudo qaunto existe no ceu e na terra!
- oh! Pois eu andarei enganado? Malditos demonios! Agora compreendo que deus mas tu me salvaras e me ensinaras o “segredo da magi branca” e que meio devo usar para me livrar dos demonios.
- sim salomao eu te livrarei dos demonios e te revelarei o segredo da magi branca.”
- oh! Meu deus por que provacoes vos me fizeste passar! Oh! Terrivel blasfemo eu fui duvidar do vosso poder e autoridade. Ah! Maldito satanas e maldita arte magica que com ela iludes os homens e os perdes da graca de deus. Mas enfim deus teve misericordia de mim!

COMBATE TRAVADO ENTRE SALOMAO E LUCIFER

Salomao logo que deixou raquel subiu a um alto penhasco lancou-se de joelhos levantou os olhos ao ceu e orou nestes termos:
“senhor dos senhores agora estou convencido que vos sois o unico deus poderoso do ceu e da terra vos e que sois o deus de lucifer e nao lucifer o vosso deus! Oh! Que blasfemo eu fui em julgar o contrario!”
Mas que foi isto senhor?!
Para que quiseste que eu passasse por uma tal provacao? Nao respondeis senhor? Eu vos conjuro deus do universo a que socorrais o vosso servo salomao!”
Um trovao se ouviu que fez tremer toda a terra! Neste momento salomao foi preso e levado por quatro demonios ao lugar onde tinha feito o pacto e ai o deixaram por ordem de uma serpente que naquele lugar o esperava.
Logo que chegou salomao dirigiu-se-lhe a serpente e disse-lhe com palavras terriveis e ameacadoras:
- entao tu filho aliado de satanas queres trair o teu senhor nao so do teu corpo como da tua alma?
- perfido! – bradou salomao. Tu deixaste de pertencer aquele a quem fizeste escritura de ser fiel ate a morte. Nunca nunca deixaras de me pertencer! Eu te juro.
- oh! Perfido satanas. Oh! Malditos sejam todos os teus aliados! E mais facil cair o ceu e a terra do que eu pertencer-vos! Vo-lo juro em nome de deus.
Logo que salomao balbuciou o nome de deus enfureceu-se satanas e gritou por todos os seus aliados.
Seguiu-se um combate furioso que mais parecia o fim do mundo do que um combate dos espiritos maleficos com um ente que pertencia ao ceu.
Stanas com a sua furia maldita fez estremecer toda a superficie da terra! O sol escondeu os seus raios a abobada celeste tornou-se nao escura e medonha que parecia arrasar todos os homens e esmagar todo o mundo!
Porem salomao ja estava fortalecido com uma verdadeira fe em jesus cristo pela intervencao do anjo custodio que lhe mostrou o errado caminho que ate ali tinha seguido.
Salomao continuopu orando a deus com fervor a resignacao enquanto satanas lhe bradava que de nada lhe serviam as suas oracoes porque estava entregue a ele em corpo e alma por sua propria vontade e nada devendo esperar da providencia divina.
Sempre orando a deus com todo o fervor salomao obteve sua misericordia e conseguiu a vitoria sobre o inimigo.
Dizia ele - :”meu deus meu deus! Eu pequei porem vos sois misericordioso e tudo perdoais aos homens. Portanto vos peco que me socorrais neste momento e desde ja me entrego a vos em corpo e alma e renego a lucifer para que tudo quanto eu tenha feito em seu proveito lhe sirva de tormento e castigo. E assim por todo o deus! Eu me arrependo – vos sois deus do ceu e da terra e nao lucifer! E vos agradeco por me fazerdes passar por esta provacao!”
“malditos demonios! Eu vos esconjuro em nome de deus para que sejais ligados nas profundezas dos infernos e nao tenteis mais a salomao o servo de deus senhor nosso.”
Logo que salomao acabou de proferir estas palavras os demonios desapareceram e o sol mostrou seus raios a atmosfera ficou clara parecendo um paraiso.
Salomao ficou vitorioso e deu louvores a deus!

HISTORIA E LEI

A MAGIA NEGRA USADA ATE NOSSOS DIAS


MAGIA E IDADE MEDIA
«os dez primeiros seculos do cristianismo marcam o nadir do magico. toda a gente acreditava na magia evidentemente mas era considerada o dominio do diabo. isso iria desferir um golpe muito duro aos mediuns naturais e aos verdadeiros magos e sabe-se o que aconteceu as feiticeiras perseguidas e encurraladas no decorrer dos seculos.»
enfrentam-se dois poderes. depois da conversacao de constantino os cristaos que ate aqui foram vitimas transformam-se em detentores do dogma. a igreja apoiada pelo poder temporal institucionaliza-se antes de se tornar ela propria um poder e de iniciar o combate contra tudo o que se afasta do fio de prumo da sua doutrina podendo assim por em causa a sua forca o seu poder e a sua autoridade.
«com o cristianismo» prossegue colin wilson «a magia torna-se magia negra e o seu poder derivou dos demonios em vez de surgir das profundezas ocultas do proprio homem […] as manifestacoes de mediunidade de segunda visao e outras foram consideradas quer como fenomenos de possessao quer como intervencoes angelicas. o iniciado tornara-se um santo ou um feiticeiro. um monge dotado de mediunicas podia ser tanto queimado vivo como canonizado.» considerada fora da lei a magia vai servir mais ou menos de apoio a revolta contra uma religiao todo-poderosa. a violencia e geral. apos o fracasso das cruzadas e outras expedicoes guerreiras em nome da fe a inquisicao vai aniquilar os cataros e desmantelar a ordem do templo alguns anos mais tarde em 1326 joao XXII a pedido dos dominicanos vai decretar que a feiticaria seja a partir dai considerada um crime fora de qualquer questao de heresia. a igreja que ate aqui nao queira acreditar nos feiticeiros e cujadoutrina oficial estipulava que aquele ou aquela que lhes desse qualquer credito so podia ser um «infiel e um pagao» entra em luta aberta em toda a europa contra este novo inimigo de sata.
mais adiante voltaremos a feiticaria que se pode classificar de irma mais nova e depravada da magia». antes parece-nos importante lembrar que nesse extraordinario cadinho da idade media e apesar da violencia das posicoes o mundo da magia e da alquimia continua vivo ate em homens da igreja ou proximos da igreja como serao alberto magno raymond lulle cornelius aggripa ou paracelso.
magia e misticismo podem ter uma base comum quando exprimem o desejo de entrar em comunicacao com aquilo a que plotino chamava o um.
«da tradicao do cristianismo esoterico ao mundo da alquimia e da astrologia vai so um passo» escreve colin wilson «quanto a magia e misticismo tem um principio fundamental em comum a saber que o que esta em cima e como o que esta em baixo segundo o principio da tabua de esmeralda. alguns ocultistas da idade media e do renascimento viam o homem e o universo ligados por milhares de fios invisiveis […]. para empregar uma analogia moderna poderia dizer-se que a relacao entre o individuo e o universo e muito proxima daquela que existe entre os globulos do sangue e o proprio homem. esta portanto definida a concepcao fundamental da magia do seculo hermetico [1500-1600]. o homem e um orgao dentro do corpo do universo.»
toda a alma magia se baseia nesta ideia. como a alquimia como a mistica e e apaixonante ver na idade media e no renascimento esta coexistencia dos contrarios mais evidente talvez que em outras epocas. vai-se da extrema solidao de uma feiticaria arida sobre a qual se abate uma repressao de extrema violencia e tao sequiosa de destruicao como a feiticaria o e de caricaturar ou melhor «de inverter» a ordem social a procura nao paenas dos «poderes perdidos» do homem mas do seu verdadeiro lugar no fantastico fenomeno da vida alberto magno o dominicano roger bacon o franciscano cornelius aggripa o medico e advogado tem em comum «olhar» lancado sobre o seu tempo que os faz abracar todas as disciplinas tanto cientificas como teologicas astrologicas tal como medicas ou alquimicas. e esta a atitude magica por excelencia aquela que nao tem por fim o dominio do mundo mas a sua compreensao do «interior» desinteressada.
e e essa atitude essencial apesar dos erros que puderam conduzir paracelso ou cornelius aggirpa a caminhos tortuosos. e essa atitude que encontramos hoje em determinados homens de ciencia que exigem abolir as fronteiras para melhor abracar o territorio.
«o homem nao e um corpo» escreve paracelso«e o coracao e o espirito que fazem o homem . e esse espiritoe uma estrela de que ele e o produto. se portanto um homem possui a perfeicao no seu coracao nada lhe esta escondido do que ilumina a natureza… o primeiro passo na manipulacao destas ciencias e o seguinte: fazer nascer o espirito do firmamento interior por meio da imaginacao…»
e por que nao aproximar esta abertura esta sede do espirito do admiravel texto da tabua de esmeralda?
a tradicao atribui-a a hermes trismegista mas ignora-se a sua providencia exacta. encontrada por alexandre magno muitos viram nela a formula da pedra filosofal ou a chave da doutrina hermetica. que importam alias as multiplas interpretacoes que se podem dar? em si este texto e de uma extraordinaria beleza. daquela que contem uma parte do misterio e da poesia do mundo nascendo morrendo e renascendo connosco a cada instante:

isto e verdade sem mentira certo e muito verdadeiro:
o que esta em cima e como o que esta em baixo para fazer milagre de uma única coisa.
e como todas estas coisas foram e vieram da unidade assim todas as coisas nasceram na unidade por adaptacao.
o sol e seu pai a lua sua mae. o vento trouxe-o no seu ventre e a terra e a sua ama.
o pai de todos os seres o misterio realizado do mundo inteiro esta aqui mas a sua forca e inteira se for convertida em terra.
separaras a terra do fogo o subtil do espesso docemente e com engenho.
sobe da terra ao ceu e de novo desce a terra e recebe a forca das coisas superiores e inferiores.
teras por este meio toda a gloria do mundo e toda a obscuridade se afastara de ti.
e a forca forte de toda a forca porque vencera qualquer coisa subtil e penetrara em qualquer coisa solida.
assim foi criado o mundo.
disto sairao inumeraveis adaptacoes cujo meio esta aqui.
e por isso que me chamei trimegista porque tinha as tres partes da filosofia do mundo.

A FEITICARIA

«saltemos por cima das pequenas coisas edos pequenos homens do baixo imperio e cheguemos a idade media… vejam esse livro leiam na setima pagina depois sentem-se sobre o manto que vou estender e do qual colocaremos um bocado nos vossos olhos… a vertigem passa ca estamos . levantem-se e abram os olhos mas evitem fazer qualquer sinal ou proferir alguma palavra do cristianismo. estamos numa paisagem de salvador rosa. e um deserto atormentado que parece repousar depois da tempestade. a lua já nao aparece repousar depois da tempestade. a lua já nao aparece no ceu mas nao veem dancar pequenas estrelas na charneca? nao ouvem voar a vossa volta passaros gigantescos que parecem a passagem murmurar palavras estranhas? aproximemo-nos em silencio dessa encruzilhada nos rochedos. ouve-se uma trompeta rouca e funebre archotes negros acendem-se por todo o lado. uma assembleia tumultuosa comprime-se em redor de um assento vazio olha-se e espera-se. de repente todos se prostam e murmura-se: ei-lo ei-lo! e ele! um principe com cabeca de bode chega aos saltos sobe parao trono volta-se e apresenta a assembleia baixando-se uma figura humana a quem toda a gente vem com velas negras nas maos dar uma saudacao e um beijo depois endireita-se com uma gargalhada estridente e distribui pelos seus fieis outro instrucoes secretas remedios ocultos e venenos. entretanto acendem-se fogueiras a madeira de amieiro e os fetos ardem ai misturados com ossadas humanas e gorduras de supliciados. sacerdotes coroadas de aipo e de verbena preparam horriveis festins. as mesas estao postas. homens mascarados colocam-se junto das mulheres seminuas e comeca-se o festim das bacanais nada ai falta exnuas e comeca-se o festim das bacanais nada ai falta excepto o sal que e o simbolo da sabedoria e da imortalidade.
»o vinho corre em abundancia e deixa manchas semelhantes as do sangue comecam as atitudes obscenas e as caricias mais loucas eis toda a assembleia embriagada de vinho de crimes de luxuria e de cancoes levantam-se em desordem e correm a formar rodas infernais… chegam entao todos os monstros da lenda todos os fantasmas do pesadelo enormes sapos levam a boca a flauta ao contrario e sopram apertando os flancos com as patas escaravelhos coxos misturam-se a danca caranguejos tocam castanholas crocodilos tocam guitarra com as escamas elefanters e mamutes chegam vestidos de cupidos e levantam a perna ao dancar. depois as rodas desvairadas interrompem-se e dispersam-se… cada dancarino arrasta gritando uma bailarina desgrenhada… os candeeiros e as velas de sebo humano apagam-se fumegando na sombra… ouvem-se aqui e ali gritos gargalhadas blasfemias e estertores… vamos acordem e nao facam o sinal da cruz trouxe-vos de novo a casa e estais no vosso leito. estais um pouco fatigados ate mesmo um pouco abatidos dada a vossa viagem e a vossa noite mas viram uma coisa de que toda a gente fala sem conhecer fostes iniciados em segredo terriveis[…] assististes ao sabat! resta-vos agora nao enlouquecer e compete-vos manter-vos num receio salutar da justica e a uma distancia respeitosa da igreja e das suas fogueiras!»
eliphas levi evoca assim o sabat dos feiticeiros da idade media e o lugar de predileccao das feiticeiras porque apesar do mago do seculo XIX sao sobretudo estas ultimas que vao chegada a noite ao convite de sata. «para um feiticeiro dez mil feiticeiras» escreveu michelet. parece com efeito que a feiticaria foi realmente o refugio das mulheres o que tendo em conta o que foram os tribunais da «santa inquisicao» nos deixa bastante perplexos quanto a carga de violencia sexual que «motiva» os seus juizes: a mulher e sata sao uma mesma coisa.
«a feiticaria medieval parece ter duas fontes» escreveu julien tondriau. «em primeiro lugar uma revolta larvada contra a religiao triunfante. o paganismo moribundo perpetua-se na feiticaria com o risco de substituir pa dioniso-baco os satiros e os faunos pelo diabo e os seus sequazes. a troca e a parodia sao frequentemente a única vinganca dos deuses pagao destronados. a parodias e mediocre porque os executantes tambem o sao. uma segunda fonte parece os executantes tambem o sao. uma segunda fonte parece ser uma vontade de caricaturar a ordem social. sendo proprio do diabo a inversao o feiticeiro toma a direccao oposta a civilizacao. mas a sua dimensao e infelizmente demasiado peuqena… em suma a feiticaria e uma revolta miseravel contra o espiritual e o temporal.»
por outras palacvras se o magico se quer e tem o dever de ser um mestre o feiticeiro esse nao passa de um aprendiz.
evidentemente! resta que nao se pode ignorar que as fogueiras que se erguem um pouco por toda a europa do seculo XIII sao de facto erguidas para aniquilar o que a igreja considera um terrivel e perigoso inimigo: a heresia catara. em dois seculos sera desmantelada mas as fogueiras continuarao porque o poder da inquisicao foi apanhado no jogo da sua propria violencia.
feiticeiras e feiticeiros ate ai ouvidos pela justica secular caem tambem sob os golpes dos cacadores de heresias. de joana d’arc aos templarios os que recusam combatem ou pertubam umea determinada ordem serao acusados de praticas de feiticaria forma «primaria» da magia negra.
nao há duvida de que existiu:«a feiticaria nasce sobretudo das miserias desse tempo tao maniqueu… o sabat na idade media e uma revolta nocturna dos servos contra o deus do padre e do senhor» escreve michelet. dai um ritual de feiticaria a que se chama «missa negra» e que de certa maneira simboliza a revolta contra o culto oficial.
assim durante a idade media os feiticeiros «juntam hostias consagradas aos ingredientes que compoem a materia das cargas maleficas destinadas quer a envenenar os pocos quer a causar por influencia a morte do gado ou das pessoas. misturavam-se diz guillaume de nangis sangue humano tres especies de ervas e urina. acrescentava-se o corpo do cristo. fazia-se de tudo isso uma pasta que se punha a secar e que depois se reduzia a po antes de a introduzir emsaquinhos lancados para dentro dos pocos ou debaixo daquele ou daquela que se queria «destruir».
se inumeros feiticeiros e feiticeiras estao perfeitamente inocentes dos crimes indicados contra eles pela justica da igreja nem todos o sao evidentemente. a magia negra tem demasiados atractivos para escapar a cobica. «sata seduz os homens por meio de tres paixoes dominantes: desejo de poder decupidez e de vinganca.»
o feitico reune so porsi estas tres paixoes e e por isso que se torna uma das praticas se nao mais utilizadas pelo menos mais fascinantes e mais cobicadas. efectua-se a maior parte das vezes num «corpo de substituicao»: e uma imagem de cera ou uma boneca de trapo que deve representar o ser que se quer eliminar a vontade. poruqe o feitico e o tipo exacto da pratica que poe em jogo relacoes de poder absoluto. o enfeiticado torna-se «a coisa» do enfeiticador. quer este ultimo actue por paixao amorosa – para seu proveito ou em proveito de um terceiro – ou por odio que importa o resultado e o mesmo: o enfeiticado deve sucumbir.
a historia e rica em relatos que poem em cena as praticas de feiticaria e singularmente o feitico. testemunha joana de navarra mulher de filipe o belo enfeiticada por guichard bispo de troyes:«guichard[…] recorreu ao assassinio por feitico. uma parteira presidiu a confeccao de uma boneca de cera feita a imagem da rainha. esta recem-nascida [a boneca de cera] deram-lhe padrinho e madrinha e picaram-na com agulhas de acordo com o rito. contudo a rainha nao morria e como guichard apressava o seu feiticeiro este teve medo escapou-se e disse tudo. foi tao bom ouvido que guichard passava por ter nascido de um incubo. a rainha morreu pouco depois. quer nao se tenha conseguido provar nada quer cuichard passava por ter nascido de um incubo. a rainha morreu pouco depois. quer nao se tenha conseguido provar nada quer guichard tivesse na corte poderosos e grandes apoios venceu. retiveram-no na prisao.».
quanto a robert dartois primo e cunhado de philippe de valois entregou-se ao feitico na pessoa do delfim joao de franca.
no final do seculo passado o coronel de rochas director da escola politecnica apaixonou-se por estas «praticas» de feitico «que se julgavam fabulosas e desaparecidas para sempre da historia das ciencias»… ora «as experiencias tenazes realizadas desde 1891 por m.a. de rochas» escreve papus «alguns anos mais tarde e incidindo sobre a exteriorizacao da sensibilidade nos estados profundos da hipnose vieram de novo lembrar-nos a possibilidade destes factos estranhos…»
e papus cita esta experiencia relatada no numero de la justice de 2 de agosto de 1892:
«estas experiencias realizaram-se ontem na presenca de dois medicos membros da academia das ciencias e de um matematico[…] o sr. das rochas tentou dissolver a sensibilidade de um sujeito numa placa fotografica[…]
[uma placa] que antes de ser colocada no aparelho fora fortemente carregada da sensibilidade do sujeito adormecido deu uma fotografia que representou os caracteres mais curiosos. sempre que o operador tocava na imagem o sujeito representado sentia. finalemente ele [sr. das rochas] pegou num alfinete e arranhou duas vezes a pelicula da placa onde a mao do sujeito estava indicada. nesse momento o sujeito acordou e observaram-se na mao duas cicatrizes vermelhas sob a epiderme correspondentes aos dois arranhoes da pelicula fotografica.»
curtiosamente as praticas de feiticaria mais importantes (como o feitico) apresentam uma nalogia bastante espectacular de uma civilizacao para outra e sob todas as latitudes. quer seja em africa ou na america do norte nas ilhas fiji ou na nova zelandia o «feiticeiro» opera sempre a partir de um objecto pertencente ao ser que quer enfeiticar ou melhor a uma parte do seu corpo: mechas de cabelos fragmentos de unhas saliva etc. tudo se passa como se este elemento do corpo «vitima» fosse o veiculo empregado pelo espirito do mal para entrar no corpo desta a fim a submeter a sua vontade.

A EXPERIENCIA XAMANICA

o xamanismo e completamente diferente.
os poderes magico-religioso do xama sao a «prova» de que se serve ou mais exactamente de que e o internemediario entre o homem vulgar e os espiritos da natureza. todos os seus poderes se baseiam na experiencia extatica: «um numero bastante grande de documentos etnograficos já pos fora de duvida a autenticidade desses fenomenos […]» escreve mircea eliade. «entre os casos melhor observados lembremos os de clarividencia e de leitura de pensamento nos xamanes tunguses casos estranhos de clarividencia profetica no sonho nos pigneus assim como casos de descoberta de ladroes com o auxilio de um e4spelho magico casos de visoes muito concretas respeitantes aos resultados da caca igualmente com o auxilio de um espelho casos de compreensao exacta pelos mesmos pigmeus de linguas desconhecidas exemplos de clarividencia nos zulus finalmente segundo inumeros autores e documentos que garantem a sua autenticidade a cerimonia colectiva de passagem atraves do fogo nas ilhas fiji.[…] rasmussen nos esquimos iglulik e gunsinde nos selknam recolheram muitos casos de premonicao de clarividencia etc.»
de facto como demonstra mircea eliade o xamanismo esta muito mais proximo de uma especie de magia «primitiva» que a feiticaria.«o primitivo» escreve wilson «possuia ainda as forcas instintivas e hipersensoriais dos animais: telepatia intuicao do perigo sexto sentido[…] apos mais de um milhao de anos de evolucao perdera a maior parte destas faculdadesd mas comparado com as outras criaturas tornara-se um ser altamente racional. há seiscentos mil anos o homem de cro-magnon fez a sua aparicao. era o ser mais inteligente alguma vez visto sobre a terra e a magia que foi a ciencia da idade da pedra desempenhava um papel na sua vida. deu-se o inevitavel a magia branca a base de simpatia dos xamanes transformou-se em algo de mais pessoal.»
e e o nascimento da feiticaria que nao passa em definitivo de uma magi desviada dos seus fins mais generosos e quer tira para isso uma parte das suas tecnicas e dos seus poderes com o objectivo de os utyilizar para seu uso pessoal.«talvez a diferenca mais marcante seja esta: a magia deriva dos mais elevados niveis de consciencia e neste sentido [pode estar] ligada ao miticismo. a feiticaria essa faz apelo a faculdades supranormais mas refere-se aos niveis mais elementares mais quotidianos da consciencia e esses niveis caracterizam-se por uma sede de podr: desejo de dinheiro posicao social conquistas sexuais alegriasde toda especie. este genero de desejo e transcendido pelo impulso mistico. o poeta encantado pela frescura de um aguaceiro de abril tem sensacoes estranhas […] percebe toda a riqueza todo o misterio do universo e as ambicoes dos outros homens parecem-lhe subitamentye falsas e estupidas. claro que se pode dizer que todos os homens conhecem um dia ou outro estes impulsos mesmo o politico que diz frivolidades para ganhar uma eleicao mesmo o donjuan que faz o seu numero parta persuadir uma rapariga a ir para asua cama. e verdade. mas a diferenca essencial e que o poeta em certa medida se rejeita a si mesmo o engrandecimento da sua personalidade nao lhe interessa. gostaria de ser tao transparente como uma onda clara. o que distingue o [verdadeiro] magico do feiticeiro e que o magico e desinteressado a imagem do poeta ou do sabio ao passo que o feiticeiro e avido de poder pessoal.»
em certa medida a atitude poetica que necessita de uma total imersao no misterio do mundo a fim de o comprender do interior e de viver este estado de simbiose aparenta-se a busca magica ao passo que a feiticaria so tem por único objectivo um dominio sobre o acontecimento imediato. por outras palavras a magia poderia ser uma poetica a feiticaria e de certeza uma politica.
mas onde se situa o divinatorio dado que e disso que se trata?
de facto olhando de mais perto toda a experiencia magica branca ou negra na medida em que leva o operador em jogo a sua experiencia para intervir sobre o futuro imediato ou mais longiquo preenche sob todas as suas formas as condicoes que fazem dela uma arte divinatoria total talvez mesmo a arte divinatoria por excelencia dado que a energia do mago ou do feiticeiro esta toda ela voltada para a preparacao de um acto ou de uma situacao que devem necessariamente realizar-se.

ESPIRITISMO E MEDIUNS

todos os fenomenos espiritas tem por principio a existencia da alma a sua sobrevivencia no corpo e as suas manifestacoes.
estes fenomenos baseando-se numa lei da natureza nada tem de maravilhoso nem de sobrenatural no sentido vulgar destas palavras.
muitos factos so se reputaram sobrenaturais porque nao se lhes conhece a causa e o espiritismo ao atribuir-lhes uma causa fa-los entrar no dominio dos fenomenos naturais…
a ciencia faz todos os dias milagres aos olhos dos ignorantes: eis por que antigamente aqueles que sabiam mais que o normal passavam por feiticeiros e como se acreditava que toda a ciencia sobre-humana viha do diabo queimavam-se. hoje que se e muito mais civilizado contentamo-nos em envia-los para os hospitais de doidos…

eis o que se pode ler nas nas propostas 14 e 15 do livro dos mediuns publicado por allan kardec em meados do seculo passado.
no momento em que kardec escreveu estas linhas - apos ter redigido o livro dos espiritos escrito «sob o ditame e publicado por ordem de espiritos escrito «sob o ditame e publicado por ordem de espiritos superiores» - a febre espirita apoderou-se da europa. em jersey vitor hugo fala com a morte sob o olhar fascinado da srª hugo de seu seu filho charles de auguste vacquerie de paul meurice ou de guerin.
cem anos antes emmanuel swedenborg assentara as bases do espiritismo – a que chamava pneumatologia – num texto intitulado: sobre o ceu e as suas pneumatologia – num texto intitulado: sobre o ceu e as suas maravilhas e sobre o inferno segundo as coisas vistas e ouvidas. mas e no centro do estado de nova iorque na familia fox que o fenomeno vai renascer numa noite de 1847. as duas filhas de john fox margaret e katie ouvem bater como a mae dira mais tarde: «deitamo-nos cedo. a noite acabava de aquilo comecou as criancas que dormiam no mesmo quarto que nos ouviram bater e comecaram estalando os dedos a fazer o mesmo ruido […] a mais nova kate disse: sr. fantasma faz a mesma coisa que eu! e comecou a bater varias vezes as maos. assim que acabou e ouviu-se exactamente o mesmo numero de palmas…»
o boato apoderou-se do fenomeno eem breve as irmas fox tornaram-se celebres em toda a america. apesar de alguns anos mais tarde kate e margaret se terem desdito e confessado a simulacao antes de se retractarem de novo o espiritismo iniciava a conquista do novo mundo e da velha europa.
sabe-se o que lhe aconteceu…
allan kardec definia assim o medium:«qualquer pessoa que sente num grau qualquer a influencia dos espiritos e por isso mesmo um medium. esta faculdade e inerente ao homem e por conseguinte nao e de modo algum um privilegio exclusivo e assim há poucos em quem nao se encontrem alguns rudimentos…»
de facto a relacao entre os vivos e os mortos nao era um fenomeno totalmente novo sobretudo nas artes divinatorias.
a «consulta dos espiritos» encontra-se com efeito desde a antiguidade e os livros sagrados tal como as lendas fazem-lhe alusao: assim na biblia a magica de eudor serve de «medium» entre saul e samuel os grandes sacerdotes da persia invocam o espirito do rei dario na peca de esquilo gilgamesh faz vir a si o espirito do enkidu tertuliano evocou as mesas giratorias do senado romano quanto aos egipcios pediam a alma dos mortos que interviessem nos seus sonhos a fim de conhecerem o futuro…
o que era novo em contrapartida era o entusiasmo em relacao ao tema e a popularidade que conheciam os «grandes mediuns» como daniel douglas home stainton moses ladislas lasslo eusapia palladino por vezes autenticos mediuns por vezes burloes de genio muitas vezes ambos ao mesmo tempo como robert amadou mostrou muito bem.
«deve notar-se uma coisa» escreve colin wilson «o ponto de vista espirita nao explica o misterio que cobre o universo intimo do espirito humano. os sonhos ensinam-nos que somos seres de multiplas camadas. 99% dos sonhos nao colocam problemas. mas há alguns que impressionam pela sua profunda estranheza como se se tivesse por acaso captado uma estacao de radio desconhecida.»
e e justamente esta possibilidade de estar a escuta dos estremecimentos do mundo que e apaixonante que importa a filosofia frequentemente destruido5rda com a qaul se veste este ou aquele fenomeno com ounico objectivo de ele ser mais apresentavel ou melhor recuperado. o essencia e olhar ouvir e aceitar este encontro com o estranho…
este mergulho nas aguas de uma outra realidade que a experiencia mediunica pode constituir fora mesmo do sonho tem um exemplo dado por jung que e pelo menos apaixonante. a sua experiencia situa-se no outono do ano 1913 – deve sublinhar-se que estas «visoes» se verificaram quando gustave jung estava em estado de vigilia e que nao podem derivar daquilo a que se chama o sonho premonitorio:
«fui de repente invadido por uma visao surpreendente:
via um diluvio mosntruoso que varria os territorios situados entre o mar do norte e os alpes. quando atingiu a suica vi os escombros flutuantes da nossa civilizacao e corpos afogados aos milhares. esse oceano tumultuoso tornou-se entao um oceano de sangue. a visao durou cerca de uma hora. estava perplexo um pouco agoniado e com vergonha da minha fraqueza…»
a «visao» ressurgiu ao fim de duas semanas. uma voz dizia: «olha bem tudo isto e a verdade.» alguns meses mais tarde comecava a primeira guerra mundial.
hoje as sessoes de espiritismo continuam na moda e os espiritos adaptaram-se ao gosto do tempo: a prancheta do jogo da garrafa substitui a mesa de pe-de-galo de jersia: umaa agulha movel indica as «respostas» dos espiritos num alfabeto… as mensagens essas nao sao de modo algum mais extraordinarias que eram as dos pequenos saloes do seculo XIX. sem duvida porque as respostas nao passam afinal do fiel reflexo das perguntas… entao? entao resta ainda escutar ver sentir distinguir o essencial sob a confusao das ideias feitas e das ideias recebidas.
se as perguntas estao em nos por que nao as respostas?

MAGIA MAGOS E RITUAIS

se nos detivermos nas definicoes da magia:

- ciencia tradicional dos segredos da natureza (eliphas levi)
- arte de adivinhar que consiste em tomar contacto com a alma universal e por ela dominar as forcas espirituais invisiveis (eugene canseliet)
- arte especial baseada na existencia das forcas naturais […] que se deve conhecer canalizar orientar e em certa medida utilizar… (louis chochod)

…ve-se que nao pode de modo algum evitar um «ritual» tal como o acto cientifico nao evita uma investigacao ou como o acto religioso nao evita uma liturgia.
durante seculos a partir da epoca em que se enraizou na vida quotidiana dos homens e ate a sua expressao actual que pro ser mais difusa nem por isso e menos real a magia ou antes os magicos negros ou brancos precisaram de editar regras de instaurar um ritual ate mesmo de elaborar uma moral se nao uma «deontologia» do mago.
de cornelio agripa a paracelso de du potet a stanislas de guaita de sedir aeliphas levi papus ou piobb sem contar a soma das obras anonimas como o livro secreto da magia o grande e o pequeno albert estabeleceram pouco a pouco leis conselhos ou sugestoes a partir dos quais as «receitas» magicas tiveram direito de cidadados quais as «receitas» magicas tiveram direito da cidadania no universo dos livros…
trata-se alias na maior parte dos casos de receitas de magia dita «dos campos» e derivando masi da supersticao da feiticaria… ou da ingenuidade que de magia. enecessario acrescentar que estas receitas sao de longe o que e menos rico e menos apaixonante da magia na amedida em que derivam muito mais de um saber-fazer – mais ou menos ingenuo como já dissemos – que deum saber ser para o qual nao existe evidentemente nenhuma receita…

dito isto os formularios sao os formularios e as famosas receitas so tem evidentemente o valor que se lhes quiser atribuir…
do «feitico para impedir um casamento» ao segredo para se tornar invisivel das formulas de conjura a evocacao do espirito dos mortos estes textos existem.
queremos aqui dar apenas um remo iniciar um curto passeio ao pais dos ritos e das praticas magicas das receitas e das operacoes… compete a cada um por os oculos que desejar para descodificar os sinais e as referencias que ladeiam a estrada: brancas negras verdes vermelhas existe evidentemente nenhum manual do perfeito magico ou do feiticeiro eficaz.
a cada um a organizacao da sua viagem.
e permitido levar o humor…

da parte de eliphas levi de stanislas de guaita ou de papus…

COMO ERA A MISSA SATANICA

O grande desiquilibrio social de 1793 pareceu deixar esquecida a cerimonia satanica da missa negra estilo seculo XVII praticava-se so por excecao e nao contava mais com o amparo das classes elevadas como acontecia na franca.
Em toda a primeira metade do seculo XIX o espirito dos tempos deixa satanas em profundo olvido. Mas em 1850 os povos da europa voltam a sentir-se atraidos pelos inquietantantes problemas do alem volta-se a falar em magia bruxaria e ciencias secretas em geral. Os centros espiritas multiplicam-se surgem as seitas mais absuurdas por toda a parte.
Discute-se com paixao frenologia os magnetizadores fazem todos os dias novos prodigios... e o mundo sobrenatural renasce com um esplendor insuspeito.
E tambem a franca que inaugura a restauracao dos altares que hoje ja bem entrados no seculo XX continuam abertos a seus fieis em diversos paises. Mas nesse ressurgimento da missa negra ja nao se faz correr o sangue de vitimas ressurgimento da missa negra ja nao se faz correr o sangue de vitimas inocentes nao e mais do que manifestacao de um misticismo equivoco caindo geralmente em praticas obscenas.
Ademais os adoradores de satanas ja nao tem fe a maioria nao passa as vezes de impostores e outras vezes de degenrados que procuram somente a satisfacao de lubricos desejos diabolica cerimonia como se viam na idade media demonios que pareciam vomitados na orgia.
Um dos satanistas mais interessantes do fim do seculo passado foi eugenio vintras que pretendia que o espirito do profeta elias se havia reencarnado nele. Foi o fundador de uma seita chamada o “carmelo” ou “a obra da misricordia”.
Sobre as aparencias de um profeta biblico com grandes barbas olhar de alucinado e traje de sacerdote antigo que havia adoptado vintras conseguiu despertar o misterio entre seus discipulos. Pode ser que fosse um iluminado ou um libertino mas aos olhos da justica sua obra foi considerada como a de um delinquente vulgar. Os adptos do “carmelo” celebravam suas missas sabaticas em tilly-sur-seulles completamente nus os eleitos gritavam como possessos:
“amor! Amor! Amor! E acabavam finalmente uns nos bracos dos outros... a cerimonia terminava com uma orgia que lembrava a dos nosticos com a diferenca que esta se celebrava em plena luz.

Havia um verdadeiro comercio com os cadaveres dos enforcados que eram usdos pelos adoradores de sata nas suas cerimonias de meia-noite em rituais de invocacoes de mortos e trabalhos malignos.

Cita-se a missa negra horrivel que se celebrou em paris em 1845. esta missa dizem foi proibida por vintras que se achava em londres na ocasiao. Um demonio se havia materializado mediante o fluido de tres pessoas em sonumbulico e dessa maneira tomou posse de uma jovem qu lhe entregaram em estado cataleptico mas o sacerdote que devia proceder de vintras qeu opunha a esse sacrificio. Em vao lutaram os assistentes o sangue brotava pelos olhos e pelos ouvidos os moveis davam golpes violentos. O sacerdote paralisado pelo estupor ficou incapaz de fazer os sinais magicos da consagracao e a jovem deflorada pelo demonio nao pode voltar a vida.
Essas missas que apresentavam um certo caracter de frenesi satanico constituem hoje excecao.
O abade boullan sucessor de vintras deu novos rumos ao “carmelo” acentuando a nota depravada a que chamava misicismo.
A perversao moral de boullan chegou a exremos inauditos. A aproximacao sodomitica realizada entre os escolhidos do “carmelo” era chamada uniao celeste apesar de realizar-se de modo infernal.
Em nossos dias s missas negras celebram-se m casas particulares de milionarios americanos em vastos saloes e muitas vezes um estudio de artisa e trasnforma em templo satanico. O altar se improvisa com madeiras que se cobrem com panos pretos.
Arranjam-se uns sirios tambem pretos queima-se incenso misturado com estramonio beladona e canhamo indico que compoem todo o aparato cenico da torpe cerimonia.
A concorrencia se compoe em sua maioria de erotomanos e de histeroepileticas. Fazem tambem acto de presenca literatos pintores jornalistas que vao estimulados unicamente pela curiosidade.
Mas basicamente a missa negra actualmente como acto diabolico desapareceu embora ha nao muito a imprensa londrina tenha falado muito do ressurgimento do culto a sata.

NOTA:
A missa negra descrita no capitulo anterior era celebrada na antiguidade.
Hoje em dia ela e muito pouco celebrada e certos detalhes foram modificados e actualizados de acordo com o mundo moderno.
Por exemplo um detalhe especial e principal da missa negra era o sacrificio de um ser humano no mundo de yhoje substiuido por um bode ou galo preto etc. Mesmo assim em alguns pontos da terra e em segredo absoluto ela ainda e celebrada pois no decorrer dos anos e dos seculos ainda encontra adeptos na maioria viciados em drogas e narcoticos que por sua vez querendo renovar horizontes no horizonte do vicio e das aventuras macabras fazem da missa negra um atractivo novo.

OS ANTIGOS CENTROS DE ADORACAO DO DIABO

Ao serem examinadas as confissoes de feiticeiros da italia franca alemanha portugal etc, julgados no seculo XVI descobrimos que havia supostamente tres locais mais frequentemente usados pelos praticantes para suas reunioes ou sabas. O monte brocken na alemanha um bosque perto de benevento na italia e uma faixa desertica da terra no coracao da jordania.
Sabemos mais sobre o local alemao. Ha um grande quantidade de ilustracoes antigas mostrando a figura do diabo sentado no cume do monte recebendo homenagens diversas dos seus adoradores. Dancas festas luxurias e relacoes sexuais indiscriminadas com homens e demonios sao apresnetados como caracteristicas comuns desses sabas alem de outros elementos de natureza mais obscena que sao sugeridos em algumas das ilustracoes que nao podem ser expostas e publicadas.
Na italia tambem desencadeou-se a libertinagem e havia uma predilecao por se reverenciar o diabo por meio de actos de bestialidade. Mas ao sul na jordania a nudez era obrigatoria nas reunioes diabolicas e a excessiva ingestao da comida chamada manteiga de feitceiros que explica a presenca de grande numero de homens e mulheres gordos demais.
Mas outro local que foi muito destacado e um grande e suave prado cujo fim nao se ve na suecia. Ali alem das farnas os fieis tambem estiveram ocupados em construir uma casa de pedra para abriga-los no dia do juizo final. Mas ela segundo as minucias da epoca sempre desmoronava assim que acabavam de construir as paredes.
Essa gente tambem podia evocar o diabo em pessoa gritando apenas:”belzebu apareca!” e quando ele aparecia usava uma barba vermelha e calcas da mesma cor um casaco cinza e meias combinando e um chapeu pontudo com penas de galo preto.
Durante todas essas reunioes dizia-se que o diabo baptizava os novos seguidores – anotando seus nomes com sague num livro negro e grosso e depois fazia-os dancar a sua volta ate cairem de esgotamento quando lhes batia com as vassouras ate que se levantassem ou ate que ele decidisse terem apanhado o suficiente.

A FEITICARIA NOS LUGARES SANTOS E SUA PRATICA MILENAR

Certas historias extraordinarias contam a pratica de feitcaria nos lugares santos da europa mas provavelmente a mais dramatica de todas comecou com uma freira que foi acusada de ter doutrinado secretamente algumas de suas irmas no convento do unterzell perto de wurzburg.
A mulher irma maria renata teria se iniciado secretamente na feiticaria aos 13 anos de idade e em obediencia a seus superiores teria entrado num convento seis anos apos.
Com astucia e manha conseguiu continuar sua “magia negra” em segredo e deu a impressao de ser uma honesta e esforcada serva de deus chegadno a subprioresa.
Durante 40 anos praticou “toda especie de magia negra” contra as freiras fazendo-as ter ataques e gritar contra deus durante a noite – e sendo superiora espancava as vitimas infelizes.
Sua queda aconteceu quando elas fez seis freiras ficarem possessas ao mesmo tempo. Apesar de todas as atencoes das outras irmas e de um padre especialmente chamado as mulheres ficaram nesse estado durante 7 14 e 21 dias gritando com vozes estranhas e torturadas: “chegou nossa hora! Chegou nossa hora! Nao podemos mais nos esconder!”
Interrogadas habilmente depois todas se lembravam de um contacto intimo com a irma maria pouco antes da sua possessao.
Este era o segredo da irma bruxa.
A subprioresa foi presa e sob tortura disse que fora seduzida aos 11 anos por sata que aprendera os segredos da bruxaria dos 13 aos 19 anos quando fora enviada para causar desordens no convento. Disse que deixava frewquentemente o convento a noite dancava num saba local e copulava com todos. Tambem admitiu que comparecia a reunioes perto de viena as quais “estavam presentes membros da nobreza e da alata burguesia” europeia.
Sua confissao estabelecia o qaudro de meia nacao que pratica a bruxaria e as artes negras.
Sem duvida sua historia equivalia a muitas outras de outros paises durante os seculos XVI e XVII. A irma maire renata foi condenada a morte e levada a marienberg onde foi decapitada e teve seu corpo queimado. Depois da sua morte muita gente nas altas teve seu corpo queimado. Depois da sua morte muita gente nas altas esferas temeu ter sido denunciada supondo que a irma de wurzburg tivesse revelado seus nomes ao ser executada.
Tempos depois cada adepto tornava-se mais uma bruxa ou feiticeiro constiuindo mais um saba onde continuava a adorar sata.

CABALISTAS

TABELA DOS ASTROS E DOS PLANETAS OU O GRANDE ALBERT DESVENDADO…

saber-se-a que o domingo tem o seu signo ou o seu astro o sol a segunda-feira sob a lua a terca-feira sob marte a quarta-feira sob mercurio a quinta-feira sob jupiter a sexta-feira sob mercurio a quinta-feira sob jupiter a sexta-feira sob venus o sabado sob saturno.
deve notar-se que cada coisa quer ser feita sob o seu planeta e e mesmo melhor e mais a proposito faze-la no dia e na hora sobre a qual domina como por exemplo:
saturno domina sobre a vida os edificios a ciencia e as mudancas.
jupiter domina sobre a honra os desejos as riquezas e a limpeza do vestuario.
marte preside a guerra as prisoes aos casamentos e ao odio.
o sol da boa esperanca de lucro de felicidade e herancas.
venus domina sobre os amigos os apaixonados os amantes e os viajantes.
mercurio preside as doencas as perdas as dividas e ao medo.
a lua domina sobre as feridas os sonhos o trafico e o roubo.

DAS HORAS DO DIA E DA NOITE

deve sempre comecar-se pelas horas do dia de domingo. a primeira domina o sol a segunda venus a terceira mercurio a quarta a lua a quinta saturno a sexta jupiter a setima marte a oitava o sol a nona venus a decima mercurio a decima primeira a lua a decima segunda saturno.

DOMINGO AS HORAS DA NOITE

a primeira jupiter a segunda marte a terceira o sol a quarta venus a quinta mercurio a sexta a lua a setima saturno a oitava jupiter a nona marte a decima o sol a decima primeira venus a decima segunda mercurio.

SEGUNDA-FEIRA AS HORAS DO DIA

a primeira hora domina a lua a segunda saturno a terceira jupiter a quarta marte a quinta o sol a sexta venus a setima mercurio a oitava a lua a nona saturno a decima jupiter a decima primeira marte a decima segundo o sol.

SEGUNDA-FEIRA AS HORAS DA NOITE

a primeira venus a segunda mercurio a terceira a lua a quarta saturno a quinta jupiter a sexta marte a setima o sol a oitava venus a nona mercurio a decima a lua a decima primeira saturno a decima segunda jupiter.

TERCEIRA-FEIRA AS HORAS DO DIA

a primeira hora marte a segunda o sol a terceira venus a quarta mercurio a quinta a lua a sexta saturno a setima jupiter a oitava marte a nona o sol a decima venus a decima primeira mercurio a decima segunda a lua.

TERCA-FEIRA AS HORAS DA NOITE

a primeira saturno a segunda jupiter a terceira marte a quarta o sol a quinta venus a sexta mercurio a setima a lua a oitava saturno a nona jupiter a decima marte a decima primeira o sol a decima segunda venus.

QUARTA-FEIRA AS HORAS DO DIA

a primeira mercurio a segunda a lua a terceira saturno a quarta jupiter a quinta marte a sexta o sol a setyima venus a oitava mercurio a nona a lua a decima saturno a decima primeira jupiter a decima segunda marte.

QUARTA-FEIRA AS HORAS DA NOITE

a primeira o sol a segunda venus a terceira mercurio a quarta a lua a quinta saturno a sexta jupiter a setima marte a oitava o sol a nona venus a decima mercurio a decima primeira a lua a decima segunda saturno.

QUINTA-FEIRA AS HORAS DO DIA

a primeira jupiter a segunda marte a terceira o sol a quarta venus a quinta mercurio a sexta a lua a setima saturno a oitava jupiter a nona marte a decima o sol a decima primeira venus a decima segunda mercurio.

QUINTA-FEIRA AS HORAS DA NOITE

a primeira a lua a segunda saturno a terceira jupiter a quarta marte a quinta o sol a sexta venus a setima mercurio a oitava a lua a nona saturno a decima jupiter a decima primeira marte a decima segunda o sol.

SEXTA-FEIRA AS HORAS DO DIA

a primeira venus a segunda mercurio a terceira a lua a quarta saturno a quinta jupiter a sexta marte a setima o sol a oitava venus a nona mercurio a decima a lua a decima primeira saturno a decima segunda jupiter.

SEXTA-FEIRA as horas da noite

a primeira marte a segunda o sol a terceira venus a quarta mercurio a quinta a lua a sexta saturno a setima jupiter a oitava marte a nona o sol a decima venus a decima primeira mercurio a decima segunda a lua.

SABADO AS HORAS DO DIA

a primeira saturno a segunda jupiter a terceira marte a quarta o sol a quinta venus a sextamercurio a setima a lua a oitava saturno a nona jupiter a decima marte a decima primeira o sol a decima segunda venus.

SABADO AS HORAS DA NOITE

a primeira mer curio a segunda a lua a terceira saturno a quarta jupiter a quinta marte a sexta o sol a setima venus a oitava mercurio a nona a lua a decima saturno a decima primeira jupiter a decima segunda marte.

jupiter e venus sao planetas bons e felizes saturno e marte sao infelizes e de mau augurio. o sol e a lua estao no meio. mercurio e bom e favoravel quando nos servimos dele para coisas boas e contrario e infeliz quando se quer fazer mal.

ASTROLOGIA

cada signo tem uma influencia diferente e bem distinta dos outros. os nomes dos 12 signos zodiacais com as datas aproximadas (*) e graus do zodiaco correspondentes sao:

SIGNO DATAS GRAUS
aries ** 21 de marco a 20de abril 0 a 30
touro 21 de abril a 20 de maio 30 a 60
gemeos 21 de maio a 20 de junho 60 a 90
cancer** 21 de junho a 21 de julho 90 a 120
leao 22 de julho a 22 de agosto 120 a 150
virgem 23 de agosto a 22 de setembro 150 a 180
libra ** 23 de setembro a 22 de outubro 180 a 210
escorpiao 23 outubro a 21 de novembro 210 a 240
sagitario 22 de novembro a 21 de dezembro 240 a 270
capricornio 22 de dezembro a 20 de janeiro 270 a 300
aquario 21 de janeiro a 19 de fevereiro 300 a 330
peixes 20 de fevereiro a 20 de marco 330 a 360

* as datas e horarios de inicio e termino de cada signo nao sao necessariamente iguais a cada ano.

** na antiguidade o signo de aries era conhecido como carneiro o de cancer como caranguejo e o de libra como balanca.

por exemplo no ano bissexto no ano bissexto de 1992 o sol entrou no signo de touro no dia 20 de abril e no signo de escorpiao no dia 24 de outubro.

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